Um levantamento realizado pelo Instituto Ipec, e publicado pelo Estado de São Paulo neste domingo (2), mostrou que seis em cada 10 jovens, entre 16 e 34 anos evitam falar de política nas redes sociais por receio de serem “cancelados”. Os “isentões”, como são chamadas as pessoas que não se posiocionam politicamente nas redes sociais, preferem não se posicionarem por conta da polarização política e do radicalismo, segundo o levantamento.
O “efeito Anitta”, nome dado à situação em alusão às críticas que a cantora sofreu em 2020, após uma série de lives realizadas no Instagram, atinge os jovens nessa faixa etária que preferem discutir o tema nas igrejas, escolas ou em festas, segundo o estudo.
Para Mário Block, cientista político e coordenador do Programa de Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal, a sociabilidade do jovem hoje, especialmente nas periferias, acontece neste contexto. “É inevitável que seja politizado de alguma forma. Assim como as rodas de samba nos anos 1970 eram ambientes politizados. Até porque são movimentos que precisam se constituir como resistência. O ‘pancadão’ é o movimento cultural jovem que sofre a maior repressão policial e social, hoje. A partir disso, eles se organizam nessa associação e entendem que, para reverter essa repressão, eles precisam de alguém que os represente na Câmara Legislativa”, explica em entrevista ao Estadão.
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Ainda segundo Block, a entidade avaliou que os jovens estão debatendo política em vários locais periféricos como na batalha de rap, no “pancadão” e demais ambientes integrados à cultura periférica.
Eleições 2022
O levantamento também questionou os jovens sobre as eleições do próximo ano e 82% do entrevistados, até 18 anos, pretende emitir o título de eleitor para votar no próximo pleito. Ainda segundo a pesquisa, 29% dos jovens acredita que “o momento político é preocupante”.
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