O projeto Percepções sobre o Racismo e os Caminhos para a Justiça, desenvolvido com apoio da Uber, reúne pesquisa inédita e guia prático para orientar pessoas sobre seus direitos e os canais legais de denúncia
O Instituto Orire, em parceria com o Instituto Sumaúma e a rede global de advogadas negras Black Sisters in Law, com apoio da Uber, apresenta os principais resultados da pesquisa “Percepções sobre o Racismo e os Caminhos para a Justiça”. O estudo deu origem a um guia prático, acessível e confiável para pessoas não brancas que vivenciam ou testemunham situações de racismo, injúria racial ou outras formas de discriminação em razão da raça durante seus deslocamentos pelas cidades brasileiras.

Principais resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Sumaúma:
- 52,2% dos entrevistados afirmaram não saber como registrar uma denúncia de racismo ou injúria racial.
- 77,1% afirmaram entender a diferença entre racismo e injúria racial.
- 50,4% disseram não conhecer canais eletrônicos de denúncia, enquanto apenas 37,4% afirmaram conhecer esses canais.
- 52,5% disseram conhecer as legislações que combatem o racismo, enquanto 47,5% afirmaram não conhecer ou ter dúvidas.
- Entre os canais mais procurados para registrar denúncias, 5% dos entrevistados recorreram a delegacias comuns, 3,6% a delegacias especializadas, 3,2% a ouvidorias de aplicativos, 3% ao Ministério Público e 2,3% a ouvidorias de transporte público. Os demais mencionaram canais de defesa dos direitos humanos ou optaram por não denunciar.
“Os dados mostram o quanto a população negra ainda enfrenta um abismo de acesso à justiça. As pessoas reconhecem o racismo, mas não sabem a quem recorrer ou não confiam que serão ouvidas. Essa pesquisa é um passo essencial para transformar informação em proteção”, afirma Thais Bernardes, fundadora do Instituto Oríre.
A pesquisa Percepções sobre o Racismo e os Caminhos para a Justiça revela como o racismo ainda se manifesta de forma cotidiana nos espaços de mobilidade urbana no Brasil e como esses casos, muitas vezes, permanecem invisíveis. O guia foi desenvolvido para ampliar o diálogo, orientar sobre caminhos legais e reforçar o compromisso da Uber com a promoção da equidade racial. Acesse o guia completo com a pesquisa clicando aqui.
“Discriminação e outras formas de violência são desafios que vão além da plataforma, mas reafirmamos nosso compromisso em enfrentá-los por meio da colaboração com autoridades e do compartilhamento responsável de informações. O nosso Portal de Resposta às Autoridades é uma extensão desse trabalho, fortalecendo a segurança pública e criando uma experiência mais segura e respeitosa para todos que usam a Uber”, afirma Mário Cunha, gerente de Relacionamento da Uber com Autoridades de Segurança Pública.
“Quando falamos de racismo, falamos de uma violência que é estrutural, cotidiana e profundamente naturalizada no Brasil. Mas também falamos de um país onde pessoas negras têm se organizado para transformar essa realidade. Os dados revelam um abismo entre o reconhecimento do racismo e o acesso à justiça — e é exatamente nesse intervalo que atuamos. Nosso compromisso é garantir que nenhuma pessoa passe por essa experiência sozinha, sem orientação ou sem saber a quem recorrer. Esse guia é mais do que um material informativo; é um instrumento de proteção, de fortalecimento das nossas comunidades e de afirmação da nossa dignidade. Racismo não é dúvida, é crime — e informação é a nossa forma de enfrentá-lo“, afirma a advogada e fundadora das Black Sister in Law, Dione Assis.
Iniciativas como esta contribuem para ampliar o acesso à informação, fortalecer redes de apoio e oferecer caminhos concretos para quem enfrenta situações de discriminação. O combate ao racismo e a promoção da equidade são responsabilidades coletivas e passos essenciais para que todos possam se deslocar nas cidades com mais segurança, dignidade e respeito.
Sobre a Uber
A missão da Uber é repensar a forma como o mundo se move, para ajudar a torná-lo melhor. A empresa iniciou suas operações em 2010 para resolver um problema simples: como conseguir se deslocar em um carro ao toque de um botão? Mais de 50 bilhões de viagens depois, permitimos que as pessoas vão a qualquer lugar e recebam tudo o que precisam.
Sobre o Instituto Orire de Comunicação e Educação
O Instituto Orire de Comunicação e Educação tem como missão promover a educação, inclusão e desenvolvimento social, utilizando ferramentas comunicacionais para fomentar a equidade racial e a justiça social. O Instituto Orire é fruto de duas iniciativas de sucesso: o portal Notícia Preta e a Escola de Comunicação Antirracista.
Organização da sociedade civil sem fins lucrativos que trabalha na produção e promoção de pesquisa de impacto social. Um centro de formação, documentação e pesquisa e nossa atuação tem como objetivo preparar, formar e possibilitar geração de renda para pessoas negras, indígenas e/ou periféricas.
Black Sisters in Law, rede global de advogadas negras, fundada pela Dra. Dione Assis, com mais de 8 mil integrantes presentes em todos os estados do Brasil e no exterior e que tem como propósito a conexão dessas profissionais a oportunidades reais e dignas no mercado jurídico, incluindo o protagonismo e emancipação dessas vozes negras como operadoras do Direito em espaços que não foram pensados para acessarem.










