35% dos brasileiros trocam o ócio pelo celular e 40% dizem se sentir pior depois, diz pesquisa

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Para grande parte dos brasileiros, “fazer nada” deixou de ser sinônimo de descanso. Hoje, esse tempo livre muitas vezes acontece diante de uma tela, 35% das pessoas dizem que não fazer nada é, na verdade, mexer no celular. Entre os mais jovens, com até 24 anos, o número é ainda maior, chegando a 53%. Os dados são da base Página 3, que ouviu 1.045 respondentes em todo o país, com erro amostral de 3%.

A pesquisa mostra que, na prática, o “fazer nada” nem sempre é sinônimo de descanso. Quando esses momentos acabam diante da tela, o que deveria ser pausa se transforma em distração constante, e o relaxamento dá lugar a sensações menos leves. Entre os que passam esse tempo no celular, 40% relatam tédio, culpa ou ansiedade, enquanto quem opta por se desconectar, deitar ou apenas ficar offline tende a associar o ócio a uma sensação real de tranquilidade.

Foto: Freepik

Em contrapartida, quem se desconecta e opta por simplesmente deitar, pensar ou ficar offline tende a associar o “não fazer nada” a sensações mais positivas. Entre todos os entrevistados, 56% relacionam o ócio ao relaxamento, 6% citam alívio e 7% prazer .

A pesquisa também revela que, apesar da dificuldade de se desconectar, ainda há espaço para momentos de pausa para pensar ou contemplar na rotina dos brasileiros: 28% fazem isso várias vezes ao dia, e metade diz que acontece de vez em quando. Mesmo assim, uma em cada cinco pessoas raramente ou nunca se permite esse tipo de pausa.

“Hoje, passar um tempo sem fazer nada é cada vez mais incomum. A tela preenche esses espaços, mas dificilmente traz descanso real. O que deveria ser ócio muitas vezes é absorvido por informações e estímulos digitais, e a sensação de tempo livre se perde”, afirma Georgia Reinés co-fundadora da Página 3 e especialista em comportamento e tendências

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O tempo diante da tela raramente traz descanso de verdade, cada atualização de feed, cada notificação gera pequenas descargas de dopamina no cérebro, criando uma sensação imediata de recompensa que se esgota rápido e pede mais estímulos. É por isso que, mesmo sem se movimentar, muitos se sentem ansiosos, entediados ou culpados. Quem consegue se desconectar, mesmo que por alguns minutos, encontra no silêncio e na pausa uma sensação de alívio mais duradouro e genuíno, permitindo que o descanso volte a cumprir seu papel.

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