Yanomamis: Governo promete acelerar recrutamento de médicos para atender indígenas

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Crianças Yanomami com desnutrição severa são atendidos por equipes do Ministério da Saúde — Foto: Condisi-YY/Divulgação

Após declarar emergência médica no território Yanomami, a maior reserva indígena do país na fronteira com a Venezuela, o Ministério da Saúde informou que estuda acelerar um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais para atuação nos Distritos Sanitários Indígenas (Dsei).

A decisão vem após relatos de crianças e idosos morrendo de desnutrição e outras doenças causadas pela mineração ilegal de ouro. As imagens circularam e chocaram o mundo.

Segundo o Ministério da Saúde, o recrutamento seria de médicos tanto formados no Brasil como no exterior, e a atuação seria de maneira permanente, inclusive no Dsei Yanomami, onde quase 100 crianças morreram no ano passado, segundo o Ministério dos Povos Indígenas.

Os Dsei são unidades de responsabilidade sanitária federal e correspondem a uma ou mais terras indígenas.

Um decreto publicado na última sexta-feira (20) pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo da declaração de emergência era restaurar os serviços de saúde para o povo Yanomami que havia sido desmantelado por Jair Bolsonaro.

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Crianças Yanomami com desnutrição severa são atendidos por equipes do Ministério da Saúde — Foto: Condisi-YY/Divulgação

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Em quatro anos da presidência de Bolsonaro, 570 crianças Yanomami morreram de doenças curáveis, principalmente desnutrição, mas também malária, diarreia e malformações causadas por mercúrio usado por garimpeiros, informou a plataforma de jornalismo da Amazônia Sumauma.

No último sábado (21) Lula visitou um centro de saúde Yanomami em Boa Vista, no estado de Roraima, após a publicação de fotos mostrando crianças e idosos tão magros que suas costelas eram visíveis.

Mais do que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio: um crime premeditado contra os Yanomami, cometido por um governo insensível ao sofrimento”, disse Lula no Twitter.

O governo anunciou pacotes de alimentos que serão levados para a reserva onde cerca de 26.000 Yanomamis vivem em uma região de floresta tropical e savana tropical do tamanho de Portugal.

A reserva é invadida por garimpeiros ilegais há décadas, mas as incursões se multiplicaram desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2018 prometendo permitir a mineração em terras anteriormente protegidas e se oferecendo para legalizar a mineração selvagem.

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