Nesta segunda-feira (13), Vanine de Souza Nascimento, foi uma das representantes do Movimento das Mães de Acari a receber a Medalha Pedro Ernesto, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Irmã de Wallace de Souza Nascimento, de 17 anos, uma das vítimas da Chacina de Acari, Vanine continua em busca de respostas sobre o caso.
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“Esse ano nós completamos 34 anos do caso ocorrido, e se eu estou aqui hoje, é porque aquele grupo de mulheres que se reuniu em prol de respostas, infelizmente não obteve. Vamos continuar em busca de respostas, em busca de nossos direitos“, disse Vanine, que também recebeu uma moção de louvor e reconhecimento por sua luta por justiça. Ambas as homenagens entregues pela vereadora Monica Cunha (Psol).
A Chacina aconteceu no dia 26 de julho de 1990, quando 11 jovens moradores da favela de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, estavam em sítio em Suruí, bairro do município de Magé, na Baixada Fluminense, e foram retirados de lá por um grupo que se identificou como policiais, e nunca mais foram encontrados. Os corpos nunca foram encontrados e ninguém nunca foi julgado pelo crime.
Além dela, Aline Leite, irmã de Cristiane Souza Leite, outra vítima do caso, também esteve presente na cerimônia representando o movimento que contempla todos os familiares das vítimas. “Em 34 anos não temos a certidão de óbito dos nossos entes queridos. Um caso que não foi solucionado“.
Além do Movimento Mães de Acari, outras mães que tiveram seus filhos e filhas assassinados, vítimas da violência policial, estiveram presentes na solenidade. Como a mãe de Thiago Flausino, Priscilla Menezes Gomes de Souza, e a mãe de Kathlen Romeu, Jackeline Oliveira, além de representantes dos movimentos Mães de Manguinhos, Mães sem Fronteiras, Mães de Niterói, Mães da Baixada, Mães sem Fronteiras.
A iniciativa, liderada pela vereadora Monica Cunha, faz parte também de uma luta pessoal da parlamentar que também teve o filho assassinado há 38 anos. “Nós não admitimos, ficarmos caladas, mediantes a dor que sentimos todos os dias“, disse a parlamentar, que realizou a solenidade iniciando a Semana Municipal em Memória das Vítimas da Violência Armada.
Caso de Acari
Por conta da falta de respostas, o Movimento Mães de Acari nasceu para tentar entender o que aconteceu com os 11 jovens que tinham entre 13 e 30 anos. Uma das responsáveis por liderar o movimento, Edmea da Silva Euzébio, foi morta a queima-roupa, no Centro da cidade do Rio. Mas a busca por justiça continuou.
Em outubro de 2023, o caso levou o Brasil a ser julgado na Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH) não só pelas mortes, mas também pela omissão nas investigações sobre os crimes.
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