UFMG cancela prova de concurso para professor negro que aprovou só candidatos brancos

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Após aprovar apenas candidatos brancos em um concurso cujo edital mencionava “vaga reservada” para negros, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiu anular a segunda etapa do concurso do Departamento de Fisiologia e Biofísica direcionado para professores negros.

O concurso foi dividido em duas fases: prova escrita na primeira e julgamento de títulos e apresentação de seminário na segunda. Conforme a UFMG, 11 candidatos participaram da primeira etapa, sendo que sete avançaram para a segunda, quando ocorreu a desclassificação dos candidatos negros.

Em comunicado enviado aos participantes do concurso, o diretor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, professor Ricardo Gonçalves, afirmou que a Câmara do Departamento de Fisiologia e Biofísica anulou a prova de apresentação de seminários porque determinados itens do edital, relacionados à realização da etapa por videoconferência, “não foram observados em conjunto”.

“Com o compromisso de que o processo seja conduzido dentro das normas estabelecidas pelo edital, vamos realizar a prova de seminários em uma nova data. Os candidatos, que realizaram a prova de apresentação de seminários, serão convocados com até 30 dias de antecedência para o comparecimento no local estabelecido para a realização da prova”, diz um trecho do documento.

Edital do concurso da UFMG – Foto: Reprodução.

O edital, publicado em 20 de setembro do ano passado, estipulava que a vaga seria destinada, preferencialmente, por candidatos concorrentes às vagas reservadas para pessoas negras. No entanto, nenhum dos candidatos foi aprovado pela banca examinadora.

Segundo a universidade, 22 pessoas tiveram suas inscrições deferidas para o concurso, das quais sete se autodeclararam pretas ou pardas. Onze candidatos compareceram à primeira etapa, que consistia em uma prova escrita, e sete foram classificados para a fase seguinte, que incluía provas de seminário e de títulos. Cinco foram aprovados, mas nenhum deles era negro.

Foto da capa: Lucas Braga/ UFMG

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