Depois do tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, a população enfrenta dias de incerteza, sobre quando poderá reconstruir a vida. A Defesa Civil calcula que quase toda a cidade tenha sido destruída e que a prioridade tem sido limpar ruas e remover escombros. Trinta pessoas continuam internadas, quatro delas em UTI. Cinco das seis vítimas fatais do fenômeno eram moradoras de Rio Bonito.
Parte dos desabrigados foi levada ao abrigo de Laranjeiras do Sul, a 18 km dali. O restante está hospedado provisoriamente em casas de conhecidos. No domingo, moradores que conseguiram retornar encontraram casas destelhadas e entulho. Paulo Oidella, morador desde 1988, relatou a Folha que a família passou o fim de semana no abrigo e só agora conseguiu recuperar a maior parte dos documentos pessoais. O filho mais velho, ferido no pé, estava internado.

O Simepar informou que os ventos chegaram a 250 km/h na sexta-feira, intensidade equivalente ao grau 3 na escala Fujita. Meteorologistas ainda analisam a possibilidade de outros tornados na região, inclusive em Guarapuava, onde vivia a sexta vítima da tempestade.
Equipes da Cohapar e do Crea-PR iniciaram avaliações das estruturas danificadas. Duas escolas estaduais sofreram estragos e a cidade não conseguiu aplicar a prova do Enem, que será reaplicada nos dias 16 e 17 de dezembro. A Secretaria Estadual de Educação suspendeu as aulas em todas as escolas estaduais do município.
O governo estadual anunciou ajuda financeira e a Assembleia Legislativa aprovou, em sessões extraordinárias, um projeto que altera o Fundo Estadual para Calamidades Públicas. A intenção é repassar diretamente valores para famílias que perderam as casas, com possibilidade de liberar até R$ 50 mil por residência, segundo o governo.
O secretário da Segurança Pública, Hudson Teixeira, afirmou a Folha que o objetivo é agilizar o socorro e evitar burocracias. O ministro Waldez Góes visitou o município e anunciou R$ 15 milhões para reconstrução de uma escola e um ginásio. Rio Bonito está em estado de calamidade reconhecido pelo governo federal.
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