Na madrugada da última terça-feira (28), o terreiro de umbanda Casa de Caridade Caboclo Pena Dourada, no Rio de Janeiro, foi invadido e depredado por criminosos. O terreiro conta que roubaram geladeiras, máquina de lavar, torneiras e outros itens do espaço, além da destruição de atabaques, imagens sagradas, e de deixarem uma Bíblia no portão antes de fugir.
Também foram retirados das paredes os ar condicionados, janelas e portas foram arrombados e a retirada das torneiras, resultou no alagamento do espaço, segundo ‘O Globo’. “Eu não sei como vamos conseguir reconstruir tudo. Não tem mais nada… ”, disse a mãe de santo Fernanda Franco em um vídeo no Instagram.
Na publicação ela aproveitou para ressaltar que entre os itens levados também continham disjuntores, tomadas, holofotes, fios e até o motor de uma geladeira expositora. Os materiais religiosos foram espalhados por toda a casa.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI). Ainda não há informações sobre suspeitos ou testemunhas que possam ajudar a solucionar o caso.
A Gerência para Povos e Comunidades Tradicionais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima da Prefeitura do Rio de Janeiro, divulgou via redes sociais que prestará apoio à casa e que realizará a inclusão do terreiro no Programa Casas Ancestrais, também garantindo acolhimento socioambiental e suporte jurídico.
Intolerância Religiosa
O caso ressalta como a intolerância religiosa ainda é normalizada no país. Segundo denúncias do Disque 100, de janeiro a outubro de 2024, pelo menos metade dos quase 42 crimes de intolerância religiosa foram cometidos contra religiões de matriz africana.
Dados do Painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, mostram que em 2024 foram registrados 3.853 casos de violações de liberdade de religião ou crença, sendo quase o dobro em relação à 2023.
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