O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou a substituição gradual do tradicional exame de Papanicolau pelo teste molecular de DNA‑HPV como método principal de rastreamento do câncer de colo de útero. A distribuição gradual iniciou na última sexta-feira (15).
Esta mudança, proposta pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e tecnicamente aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) e pela Comissão de Protocolos Clínicos, aguarda apenas a validação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde.

O teste de DNA‑HPV demonstra maior sensibilidade do que o Papanicolau tradicional, pois detecta diretamente o material genético do vírus. Ele ainda identifica o subtipo do HPV, relevante pois nem todos têm alto risco de evoluir para câncer. A detecção por DNA permite evitar lesões avançadas, já que o vírus pode ser identificado antes mesmo de causar alterações celulares perceptíveis.
Outra mudança significativa diz respeito à frequência do exame: em vez de ser realizado anualmente ou a cada três anos, como no caso do papanicolau, o DNA‑HPV negativo permitirá que o próximo teste seja feito apenas após cinco anos. Isso aumenta a segurança e reduz o número de coletas ao longo da vida, diminuindo ansiedade e desconforto para as pacientes.
O novo protocolo inclui a opção de autocoleta, voltada a grupos com dificuldades de acesso ao sistema de saúde ou que enfrentam barreiras ao exame convencional. Também prevê diretrizes inclusivas para atendimento a pessoas transgênero, não binárias e intersexuais, ampliando o alcance do rastreamento.
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