A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços de oito empresários que compartilharam incitações golpistas em um grupo de mensagens. A ação ocorre por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), depois que as mensagens denfendendo o golpe foram divulgadas. Os mandados são cumpridos nesta terça-feira (23) em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
Os empresários alvos dessa operação são: Afrânio Barreira Filho (proprietário da Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Barra World), Luciano Hang (Havan), Luiz André Tissot (Sierra), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa).
Além da busca e apreensão, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários e o bloqueio das contas das redes sociais dos oito investigados. Foi determinada ainda a tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário.
Posicionamentos das defesas
A defesa de Luciano Hang se manifestou informando que ele está de consciência limpa. Veja a seguir um trecho da defesa: “Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros. Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF.”
A defesa de Afrânio Barreira que a operação é “fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não têm nenhum fundamento”. A assessoria de Luiz André Tissot informa que a empresa e o empresário não irão se manifestar sobre o tema. Já a defesa de Ivan Wrobel, informou que o empresário tem “histórico de vida completamente ligado à liberdade”. “Em 1968 foi convidado a se retirar do IME por ser contrário ao AI5. Nada na vida dele pode fazer crer que o posicionamento daquele momento tenha mudado. Colaboraremos com o que for preciso para demonstrar que as acusações contra ele não condizem com a realidade dos fatos”, informou.
A defesa de Marco Aurélio Raymundo informou que o cliente “ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e seguem à disposição de todas as autoridades para esclarecimentos”, todas essas respostas foram dadas ao portal G1. As demais defesas dos empresários não se manifestaram.
Texto Marina Lopes