O grupo foi formado depois da pandemia e já conta com centenas de pessoas em suas rodas de samba
No próximo sábado (12), o grupo de samba de Belo Horizonte, Cor da Noite, lança seu primeiro single em todas as plataformas digitais: Sou Nagô. Composição de Tibá, a música traz referências à ancestralidade e à negritude de forma explícita, exaltando os antepassados africanos, assim como a musicalidade brasileira.
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Sou Nagô é distribuída pela Quae Distribuição Digital e Agência e é a música de trabalho do grupo, que realiza um samba quinzenal, sempre aos sábados, no Terraço 81, espaço localizado no Bairro Jaqueline, Zona Norte da capital Mineira. Em seus versos, a canção exalta religiões de matrizes africanas todas as ligações que se fazem com as pessoas negras.
Leirson Luiz, idealizador do projeto Cor da Noite e do Terraço 81, é sobrinho do Mestre Conga, uma das grandes referências do samba de Belo Horizonte, e afirma que existe uma expectativa muito grande com o lançamento da música, uma vez que ela representa muito o que o grupo faz durante os shows, que é reforçar a ancestralidade do samba.
“Essa música foi feita especialmente para o grupo. Ele começou a compor a música a partir de conversas que tivemos e o Tibá acertou o tom de primeira, não tivemos que adaptar nada da letra para fechar a música. E ele entregou a música em uma semana”, afirma o músico.
Leirson reforça que a composição de Tibá remete aos velhos sambas, mas com roupagens novas e se identificou muito não só com Sou Nagô, que traz uma mensagem de força e de vitórias do povo negro. “Geralmente, quando se fala do povo negro, vem aquela história de sofrimento, na escravização, nas covardias. Mas Sou Nagô veio com um propósito diferente, para mostrar a vitória do nosso povo”, explica.
Aline Reis, vocalista e a voz feminina do grupo, ressalta a importância de retratar o povo negro como vitorioso, como quem conquista e não apenas viver de um passado doloroso.
“O povo negro tem ocupado lugares de destaque, muitos negros bem sucedidos e essa é a mensagem que queremos passar e a expectativa sobre a música: transmitir essa mensagem para o máximo de pessoas, através da canção. O que queremos é que a mensagem seja repassada. Não adianta a pessoa ouvir a música por ouvir e não entender o que queremos passar com a letra”, acrescenta a artista.
Leirson lembra ainda que o objetivo era ser mais uma reunião de amigos sambistas, mas que se tornou um lugar de reverência ao samba, de resgate da ancestralidade e de aquilombamento, além de ser um espaço familiar.
“O Terraço 81 é um abrigo para quem gosta do samba feito do jeito que nós aprendemos: pessoas alegres, famílias reunidas, e os verdadeiros amantes do samba cantando e batendo na palma da mão. É isso que nós lutamos para conseguir e chegamos onde planejamos”, reflete o violonista.
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