O Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) convocou, na sexta-feira (13), greve total dos ônibus da capital a partir de segunda-feira (16), às 0h. A reivindicação é de reajuste de salário com ganho real, a volta do ticket de alimentação nas férias e a mudança dos profissionais por intervalo.
Atualmente, os motoristas da capital mineira ganham um índice de 7,19%, garantido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). Em comparação com a região metropolitana, esse índice é de 8,2%. Por isso, a categoria de BH receberia menos que os trabalhadores dos municípios vizinhos.
Em entrevista ao jornal O Tempo, o presidente do sindicato, Paulo César, diz que a medida será tomada após diversas reuniões com o Setra-BH e, até mesmo, com o Ministério Público do Trabalho. “Os meios de negociação já chegaram a exaustão. O recado para a população é que não gostaríamos de ter que realizar uma greve, mas, no momento, é a única ferramenta que pode fazer valer o direito do trabalho dos motoristas”, conta o presidente.
O sindicato convocou todos os ônibus de BH, incluindo os do sistema MOVE, para a paralisação e os impactos dessa greve só poderão ser calculados na segunda-feira. O movimento pode interferir na rotina de um milhão de usuários do transporte público que dependem do ônibus todos os dias.
Já é a segunda convocação para greve dos motoristas de ônibus em menos de trinta dias. A última ocorreu no dia no dia 26/12 de 2022, mas não ocorreu devido a uma determinação do Tribunal de Justiça que solicitou uma tentativa de conciliação com o Setra-BH.
O Setra-BH informou que ainda não recebeu nenhum comunicado de greve e que está “encaminhando Ofício ao Ministério Público do Trabalho solicitando audiência de mediação”. Confira a nota completa abaixo:
“A entidade, a partir desta informação, está encaminhando Ofício ao Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitando audiência de mediação, incluindo também o Poder Concedente, já que os reajustes salariais concedidos devem ser repassados imediatamente para a tarifa cobrada do usuário.
Destaca que o congelamento das tarifas desde 2018 e os aumentos nos custos de 2018 até a presente data, estrangularam financeiramente as empresas.
O Subsídio Emergencial (e temporário) concedido em 1º de julho de 2022 – foi apenas uma forma de viabilizar os custos de operação, que aumentou em 30% no número de viagens por dia útil, que passou de 16.000 viagens para mais de 22.000 viagens.
Sem tarifa e sem subsídio, as empresas não têm capacidade financeira para assumir novas obrigações que se perpetuarão por tempo indeterminado.Importante ressaltar que os trabalhadores não serão prejudicados, pois o SETRABH está garantindo a DATA-BASE da categoria, ou seja, a reposição salarial terá efeitos retroativos a outubro/2022.”
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