Fazer sexo acelera a cicatrização da pele, aponta novo estudo

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Interações afetuosas podem, de alguma forma, fortalecer o sistema imunológico, resultando em maior longevidade - Foto: Pexels

Um novo estudo publicado no JAMA Psychiatry trouxe uma descoberta curiosa: a intimidade, especialmente o sexo, pode acelerar a cicatrização de feridas na pele. A pesquisa reforça um conjunto crescente de evidências sobre a relação entre afeto, bem-estar emocional e respostas fisiológicas do organismo.

Há décadas, estudos científicos já apontam que relacionamentos afetivos estáveis estão associados a maior longevidade e menor risco de mortalidade por diversas causas. Agora, os pesquisadores buscaram entender como a ocitocina, conhecida como o “hormônio do amor”, participa diretamente da resposta imunológica e da regeneração da pele.

Interações afetuosas podem, de alguma forma, fortalecer o sistema imunológico, resultando em maior longevidade – Foto: Pexels

O papel da ocitocina e do afeto

A ocitocina é liberada em momentos de intimidade, seja em relações sexuais, abraços, demonstrações de carinho ou até interações entre mãe e bebê, como a amamentação. Ela está diretamente ligada à criação de vínculos sociais e a processos que reduzem o estresse.

Para avaliar seus efeitos, cientistas recrutaram 80 casais heterossexuais e aplicaram pequenas bolhas nos antebraços de cada participante. Depois, dividiram os voluntários em quatro grupos:

  • Ocitocina + Tarefa de Apreciação do Parceiro (TAP) — em que os casais trocavam elogios e comentários positivos;
  • Placebo + TAP;
  • Ocitocina sem TAP;
  • Placebo sem TAP.

Os sprays nasais (de ocitocina ou placebo) eram aplicados duas vezes ao dia durante uma semana.

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O que a ciência descobriu

Sozinha, a ocitocina não foi suficiente para acelerar a cicatrização. Mas quando combinada com interações carinhosas, a chamada “terapia assistida por parceiro”, houve melhora significativa na recuperação das feridas.

O efeito foi ainda maior entre os casais que relataram ter mantido relações sexuais ao longo do estudo.

Os pesquisadores observaram:

  • Melhor cicatrização entre quem teve mais intimidade física;
  • Níveis mais baixos de cortisol, hormônio do estresse, entre os participantes que tiveram relações sexuais durante o período da pesquisa;
  • Uma possível sinergia entre afeto, redução de estresse e liberação de ocitocina.

O que isso significa

Segundo os autores do estudo, a ocitocina não apresenta efeito direto e isolado sobre o sistema imunológico. O hormônio, no entanto, parece potencializar os efeitos curativos que surgem da intimidade, da conexão emocional e da redução do estresse.

Em outras palavras: sexo, carinho e palavras de afeto criam um ambiente biológico favorável à recuperação do corpo.

A ocitocina amplifica os benefícios da intimidade, em vez de agir de forma independente”, concluíram os pesquisadores.

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