Engajar mulheres negras no debate eleitoral e fortalece-las na política. Foi com este objetivo que a Rede Umunna, nasceu no início de 2018. Com uma metodologia própria, a Rede é um grupo acompanhou as candidaturas no Rio de Janeiro e em outros estados do país.
Além de dar sequência aos ciclos de formação política, uma das iniciativas da Rede é ampliar as ações de forma sustentável, por meio de editais e possíveis financiamentos. Além disso, o grupo prepara novos ciclos com o intuito de potencializar a participação feminina e negra. A ideia é criar indicadores e métodos para superar as barreiras de representatividade no espaço político e institucional.
“Um dos critérios que garante uma maior elegibilidade política é o financiamento das campanhas. No acompanhamento que fizemos, identificamos uma lógica de distribuição dos recursos nos partidos que privilegia pessoas que já possuem algum cargo. Essa estratégia reforça o ciclo de sub – representação, pois a mulher negra é o grupo menos presente na política institucional”, afirma Juliana Marques, especialista em Dados, e uma das coordenadoras da Rede Umunna.
A Rede Umunna iniciou suas atividades em uma reunião aberta no dia 14 de março deste ano, horas antes da execução da Vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, seu motorista. Era justamente um período de pré-filiações e pré-candidaturas. “Nosso interesse sempre foi por mais mulheres negras que identificassem na identidade racial e na luta por Direitos Humanos, ativo políticos”, ressalta Juliana Marques.
Dos 513 deputados federais que atuarão no Congresso Nacional no ano que vem, 77 são mulheres. O dado representa 50% a mais do que as eleitas em 2014. Em 2019, serão 13 deputadas negras (sendo 4 no Rio de Janeiro) e 63 mulheres brancas. O país também contará com a atuação de Joenia Wapichana (Rede/Roraima), a primeira indígena eleita, e em Salvador – a capital mais negra do país, segundo o IBGE – com a primeira deputada negra eleita por lá, Olívia Santana (PCdoB / BA).