Raposa toma conta do galinheiro: aliado de Bolsonaro assume a presidência da CPMI do INSS

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Presidente da CPMI rejeita indicação de Motta e escolhe relator aliado do ex-presidente Bolsonaro, comissão deve investigar desvios em aposentadorias que podem chegar a R$6 bilhões.

Por 17 votos a 14, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), derrotou o parlamentar Omar Aziz (PSD-AM) e se tornou o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura desvios do INSS. A votação foi realizada nesta quarta-feira (20) em cabines de votação após articulação dos membros da oposição que criticaram a indicação feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro encabeçaram a criação da CPI mista, articularam o lançamento da candidatura alternativa do senador Viana e conseguiram formar maioria para torná-l​o presidente. A intenção da oposição é desgastar a imagem do governo do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acreditando na possibilidade da CPI mirar ​no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que é ligado ao irmão de Lula, Frei Chico.

Senador Carlos Viana e Deputado Alfredo Gaspar
Foto: reprodução Lula Marques/Agência Brasil

Após assumir o cargo, Viana rejeitou a indicação feita por Hugo Motta e decidiu tornar relator do colegiado outro aliado do ex-presidente, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Gaspar foi relator da proposta que suspendeu parte da ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) por tentativa de golpe de Estado e assume agora a responsabilidade de elaborar o relatório com as conclusões do colegiado, podendo ou não conter pedidos de indiciamento.

Segundo Gaspar, ainda nesta quarta, ele vai definir ao lado de Viana como será o cronograma e o plano de trabalho da comissão. Além disso, o relator não descartou a ampliação do escopo da investigação para fraudes em empréstimos consignados de aposentados e pensionistas.

Leia também: Reembolsos do INSS começam a serem pagos nesta quinta (24)

CPI do INSS

A CPI foi criada em junho pelo Congresso para apurar um esquema de desvios de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode chegar a R$6,3 bilhões de acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU). Instalada nesta manhã, a comissão tem duração de até seis meses, com a possibilidade de prorrogação do prazo.

O objetivo central da CPI mista é aprofundar as conclusões da PF e da CGU sobre os desvios em benefícios do INSS e para isso 32 parlamentares titulares (16 deputados e 16 senadores) irão se reunir, confira quem são eles:

Senadores: Eduardo Braga (MDB-AM) ; Renan Calheiros (MDB-AL) ; Carlos Viana (Podemos-MG); Styvenson Valentim (PSDB-RN); Omar Aziz (PSD-AM); Eliziane Gama (PSD-MA); Cid Gomes (PSB-CE); Jorge Seif (PL-SC); Izalci Lucas (PL-DF); Eduardo Girão (Novo-CE); Rogério Carvalho (PT-SE); Fabiano Contarato (PT-ES) ; Leila Barros (PDT-DF); Tereza Cristina (PP-MS); Damares Alves (Republicanos-DF); Dorinha Seabra (União-TO).

Deputados: Coronel Chrisóstomo (PL-RO); Coronel Fernanda (PL-MT); Adriana Ventura (Novo-SP); Paulo Pimenta (PT-RS) ; Alencar Santana (PT-SP); Sidney Leite (PSD-AM); Ricardo Ayres (Republicanos-TO); Romero Rodrigues (Podemos-PB); Mário Heringer (PDT-MG); Beto Pereira (PSDB-MS); Bruno Farias (Avante-MG); Marcel van Hattem (Novo-RS); Alfredo Gaspar (União-AL); Duarte Jr. (PSB-MA); Rafael Brito (MDB-AL); Julio Arcoverde (PP-PI).

O PT e o PL terão as maiores representações, com quatro congressistas

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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