O documentário “Racismo Cosmético: um retrato da dor de não se enxergar na indústria da beleza”, disponível no YouTube, propõe uma reflexão sobre como o racismo estrutural se manifesta na indústria cosmética.
Com 34 minutos de duração, a produção jornalística reúne entrevistas com especialistas e consumidoras negras, entre elas: Paola Deodoro, primeira mulher negra a ocupar o cargo de editora de beleza no Brasil; Tássio Santos, autor do livro “Tem Minha Cor? Quando maquiar se torna um ato político”; as criadoras de conteúdo Angélica Silva e Roberta Freitas; e Dra. Arina Gabriela, farmacêutica esteta especializada em pele negra e fundadora da Seja Sua Pele.

O filme parte de relatos que evidenciam as falhas da indústria no desenvolvimento e na distribuição de produtos adequados para peles negras. A exclusão se revela tanto pela indisponibilidade de tons e nuances, quanto pela comunicação ineficaz, atendimento discriminatório e publicidade carente de representatividade.
De acordo com o estudo Black Paper, promovido pela Avon, 46% das mulheres pretas já deixaram de comprar uma base, um pó ou um corretivo por não encontrarem um tom compatível com a pele e 57% precisaram misturar produtos para chegar à cor ideal. A pesquisa Black Representation in The Beauty Industry, da McKinsey, ainda revelou que apenas 13% dos consumidores negros afirmam que vendedores conseguem recomendar produtos adequados.
Mais do que denunciar a exclusão, a obra evidencia a importância dos cosméticos como forma de expressão e cidadania, abordando o direito de se ver representado, e reconhecido, nas prateleiras de beleza.
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O documentário é uma produção das graduandas em Jornalismo Rafaela Zampolli e Victória Abreu, da Faculdade Cásper Líbero, como Trabalho de Conclusão de Curso. O projeto também integra o perfil @nuancesreais, em que as autoras compartilham o processo de produção e debatem temas ligados à beleza, identidade e representatividade.









