A Unidos de Padre Miguel (UPM), rebaixada para a Série Ouro, entrou com recurso na Liesa contra as notas que recebeu no desfile desse ano. A agremiação da Zona Oeste foi penalizada por um “excesso de termos em iorubá” na letra do samba-enredo que trata justamente da história de pessoas oriundas do povo iorubá, como a trajetória da princesa Iyá Nassô, apresentado no Carnaval de 2025. A escola contestou a decisão e denunciou o que considerou ser ‘racismo religioso’. O presidente da Liesa, Gabriel Davi, concorda.
“Acho que a UPM foi mal julgada. A escola apresentou um requisito que foi aceito. Será feita uma plenária com todas as 12 escolas”, disse Gabriel em entrevista ao Multishow, na qual abordou a polêmica da jurada que tirou ponto do samba da vermelho e branco por excesso de palavras em iorubá.
“A UPM poderá manifestar sua indignação e repudiar o caso de racismo religioso, que existe de fato, no julgamento”, completou.
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A escola explicou que o uso do iorubá foi essencial para construir o tema e afirmou que as palavras em iorubá do samba e do enredo são fundamentais para vivenciar o Axé da Casa Branca e para resistir o Axé de Iyá Nassô.
O julgadores devem escrever na justificativa por qual motivo estão tirando décimo das escolas de samba, Ana Paula deu 9.7 para o samba-enredo da UPM, retirando um décimo (-0.1) por excesso de termos em iorubá; um décimo (-0.1) por deixar dúbio sobre a volta de Obatossi se seria para a Bahia ou África e; retirou um décimo (-0.1) na melodia por não trazer inovações na linguagem do samba-enredo.
A jurada não descontou pontos pelo mesmo motivo de Imperatriz, que também tinha enredo iorubá, e nem da Mangueira que tinha enredo banto, com palavras banto no samba.