“Política que dá margem à higienização social”, diz defensora pública do RJ sobre transporte de pessoas em situação de rua

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A Defensoria Pública do Rio de Janeiro iniciou um procedimento para conduzir o caso de pessoas em situação de rua e vulnerabilidade, transportadas em um ônibus da Prefeitura de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, para a cidade de Linhares, no Espírito Santo. Segundo a defensora Cristiane Xavier, essa é uma “política que dá margem à higienização social” que não pode ser acolhida.

Segundo a defensoria, um abrigo da prefeitura na Região de Lagos ofereceu emprego numa fazenda de colheita de café, na promessa e esperança de uma vida fora das ruas. Foram doze indivíduos, entre eles homens, mulheres, idosos, crianças, que participaram desta viagem.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Entretanto, ao chegarem no seu destino, ficaram desamparados enquanto aguardavam um segundo ônibus que não apareceu. Segundo a defensora, as pessoas não tinham documentos, e que elas não tiveram nenhuma condição de retornar a cidade de origem ou saber as propostas de trabalho.

A Prefeitura de Cabo Frio esclarece, em nota enviada ao Notícia Preta, que os moradores em situação de rua foram levados, após a solicitação dos voluntários dos usuários da Casa de Passagem, e que não houve qualquer promessa de emprego, e que apenas foi garantido o deslocamento, com apoio da Secretaria de Assistência Social.

Diante da situação, a Prefeitura de Cabo Frio enviou um novo transporte com profissionais da Assistência Social para garantir o retorno do grupo ao município.

Em contrapartida, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro declarou, através da Defensora Cristiane Xavier, pelo seu núcleo dos Direitos Humanos, que está atenta a todos os fatos que ocorreram relacionados ao abrigo que funciona como equipamento da assistência social.

Esse comportamento traduz irresponsabilidade dos agentes envolvidos da prefeiura de Cabo frio, e traduz nossa postura de monitoramento“, disse que a defensora que já acionou a polícia de Linhares, para a realização de um inquérito policial, e com a Secretaria de Assistência Social da cidade para informar sobre os cuidados direcionados ao indivíduos levados.

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Ester Nascimento

Ester Nascimento

Jornalista nascida na Zona Leste da cidade de São Paulo, como comunicadora, também é assessora de imprensa, redatora, social media, copywriter, roteirista, mediadora de podcast, assistente de produção, fotógrafa e entrevistadora. Atuando no mercado alternativo e tradicional, dentro do marketing, clipagem, produção e audiovisual, como o 3° Encontro Nacional Empoderadas. Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), possui também formação complementar em Multimídia pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra.

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