A Plataforma Mulher Segura, um site lançado pelo UNFPA no fim do ano passado, conecta vítimas a redes de apoio e é termômetro do impacto da pandemia na segurança das mulheres
Lançada no fim do ano passado um plataforma da ONU voltada a mulheres em situação de violência, chamada a Plataforma Mulher Segura, é um site do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) . Ela já recebeu 3,7 mil acessos nos dois primeiros meses deste ano. A Plataforma Mulher Segura é uma iniciativa do UNFPA em parceria com a Embaixada do Reino dos Países Baixos e da Embaixada do Canadá e foi criada com o objetivo de fornecer informação e assistência a possíveis vítimas de violência de gênero durante a pandemia. De acordo com a agência da ONU, a violência contra a mulher tem escalonado durante a crise de saúde e a busca por ajuda por meio do canal demonstra a urgência em manter os serviços de apoio funcionando.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), as denúncias de violência contra as mulheres por meio do Disque 100 subiram 37,5% no primeiro semestre de 2020, em comparação a 2019. No mesmo período, o número de feminicídios subiu 1,9%.
De acordo com a Representante do Fundo de População das Nações Unidas, Astrid Bant, o aumento da violência de gênero se agravou com a pandemia e, neste Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente em 8 de março, é preciso fazer um chamado a respeito. “O aumento da violência de gênero durante a pandemia é um problema sério que precisa ser encarado e enfrentado neste momento, por toda a sociedade. As mulheres precisam continuar tendo acesso a mecanismos de denúncia e proteção, assim como a informações qualificadas sobre como e onde pedir ajuda. Esses serviços devem continuar funcionando e estar disponíveis também online, de forma que o pedido de ajuda possa vir mesmo entre aquelas que estão dentro de casa”, alerta.
Criada com o propósito de ajudar as mulheres de todo o país a encontrarem esses serviços de proteção mais próximos de suas casas, a Plataforma Mulher Segura também concentra algumas informações sobre os diversos tipos de violência, as legislações a respeito, instrui as mulheres sobre como denunciar e traz outras funcionalidades de comunicação. A oficial para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do Fundo de População da ONU, Luana Silva, observa que a maior parte dos acessos à plataforma ocorrem durante a semana e por meio de dispositivos móveis, como celular e tablet. Existe uma concentração de acesso das mulheres da região Sudeste do Brasil, exponenciando as desigualdades de acesso à rede de internet. O objetivo, de acordo com ela, é expandir a divulgação do serviço, para que permita o acesso a mulheres de todas as regiões, inclusive no Norte.
“Esta plataforma é imprescindível em um momento como este, por filtrar e apresentar os canais de ajuda disponíveis. Queremos ampliar essa possibilidade a mulheres que, nos rincões mais desiguais do país, possam estar sendo silenciadas. É uma ação urgente e necessária”, afirma.
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