Em junho de 2025, o Brasil registrou uma variação de 0,3% no volume de serviços, em comparação ao mês anterior, de acordo com a série ajustada sazonalmente. Isso significa que o setor está, agora, 18,0% acima do que era antes da pandemia, em fevereiro de 2020, alcançando, no mês de agosto, o maior nível da série histórica. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando a série sem ajuste sazonal, o volume de serviços aumentou 2,8%, em relação a junho de 2024, marcando a 15ª taxa positiva consecutiva. O crescimento acumulado até o momento no ano foi de 2,5%, e, no período de 12 meses, até junho de 2025, a taxa de 3,0% se manteve estável, em relação ao registrado em maio de 2025 (3,0%).

A variação de 0,3%, em junho de 2025, na série ajustada sazonalmente, foi impulsionada por somente 1, dos 5 setores analisados: os transportes (1,5%), que apresentaram um aumento na receita das empresas do transporte rodoviário de cargas e das operações aéreas de passageiros.
Por outro lado, os outros setores apresentaram resultados negativos, com destaque para os outros serviços (-1,3%), que quase anulou o ganho de maio (1,5%), e os serviços prestados às famílias (-1,4%), que enfrentaram sua terceira queda consecutiva, acumulando uma perda total de 1,8%.
“O avanço do transporte aéreo está correlacionado com o menor preço das passagens aéreas nos últimos três meses, o que aumentou a receita real das empresas aéreas. Já o transporte de cargas está relacionado com um dinamismo um pouco maior da economia, porque esse segmento está ligado ao escoamento de safra, insumos e bens industriais”, explicou o Gerente da Pesquisa, Rodrigo Lobo.
As restantes atividades apresentaram variações negativas modestas: informação e comunicação (-0,2%), e os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,1%), que reduziram levemente os ganhos observados em maio, onde o primeiro setor havia crescido 0,8%, e o segundo 0,9%. No trimestre encerrado em junho de 2025, a média móvel foi de 0,3% em relação ao mês anterior.
Entre os setores ajustados sazonalmente, o desempenho positivo dos setores de serviços, neste indicador, foi registrado em 3 das 5 atividades: transportes (0,7%); serviços profissionais, administrativos e complementares (0,3%); informação e comunicação (0,2%). Os outros serviços (-0,6%,) e os serviços prestados às famílias (-0,6%), apresentaram uma queda em junho.
Quando comparado a junho de 2024, o volume de serviços cresceu 2,8%, mantendo a sequência de 15 taxas positivas. Este desempenho foi apoiado por 3 das 5 atividades analisadas, e também com um aumento em 53,6% dos 166 tipos de serviços avaliados. Um dos avanços registrados foi observado nos serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 2,4%.
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Esse aumento é amplamente atribuído à elevação da receita, proveniente de consultoria em gestão empresarial, agenciamento de espaços publicitários, intermediação de negócios via aplicativos, ou plataformas de e-commerce, além de atividades relacionadas à limpeza e segurança privada. Por outro lado, os demais serviços tiveram uma queda de 1,3%, e os serviços destinados às famílias diminuíram em 1,2%.
Esse desempenho negativo foi impulsionado, principalmente, pela redução na receita de administração de cartões de crédito, gestão de bolsas, mercados de balcão, manutenção de computadores e equipamentos periféricos, bem como de corretoras de títulos e valores mobiliários, no primeiro caso, e de restaurantes, no segundo.
No acumulado do primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 2,5%. Das 5 categorias analisadas, 4 apresentaram taxas positivas, e 57,8% dos 166 tipos de serviços avaliados mostraram crescimento. O setor de informação e comunicação foi o que se destacou com maior contribuição positiva, alcançando 6,2%.

Esse crescimento foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento das receitas de empresas, que operam em áreas como portais, provedores de conteúdo e outros serviços da web, além do desenvolvimento, e licenciamento de software, tratamento de dados, e serviços de hospedagem. Outras áreas com avanços incluíram transporte e correios, com crescimento de 1,7%; serviços profissionais, administrativos e complementares, com aumento de 2,3%; e serviços prestados às famílias, com +1,9%.
Essas variações foram explicadas, principalmente, pela melhor performance de receitas em empresas de transporte aéreo de passageiros, logística de cargas, operação de aeroportos e gestão de portos, além do agenciamento de espaços publicitários, serviços relacionados ao setor de limpeza generalizada, e reservas de hospedagem. Em contraposição, os outros serviços apresentaram um desempenho negativo de 2,2%.
Tal redução foi, em grande parte, causada pela diminuição das receitas em atividades auxiliares financeiras, administração de cartões de crédito, gestão de fundos e reparação de veículos automotores. Em junho, 11 das 27 unidades da federação registraram crescimento no volume de serviços, em comparação ao mês anterior, evidenciando um leve aumento nos resultados gerais do Brasil, que foi de 0,3%.
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Os impactos positivos mais significativos foram observados no Distrito Federal (DF), com um aumento de 2,3%, e no Paraná (PR), com um crescimento de 0,8%. Logo em seguida, Mato Grosso do Sul (MS) registrou um incremento de 2,2%, Espírito Santo (ES), 0,9%, e Tocantins (TO), que apresentou o maior crescimento, com 4,5%. Por outro lado, Minas Gerais (MG) teve uma retração de 1,2%, São Paulo (SP), 0,2%, enquanto o Rio de Janeiro (RJ) registrou uma queda de 0,6%.
Durante o período de janeiro a junho de 2025, em comparação com o mesmo intervalo de 2024, o crescimento do volume de serviços no Brasil foi de 2,5%, observando-se esse avanço em 20 das 27 Unidades da Federação. O impacto mais significativo em termos regionais foi registrado em SP, com uma alta de 3,9%, seguido pelo RJ (2,0%), DF (7,9%) e Santa Catarina (SC) (4,6%). Em contraste, o Rio Grande do Sul (RS) apresentou a maior queda, com uma redução de 8,5%, o que afetou negativamente a média nacional.
Em relação ao mês de junho de 2025, as atividades turísticas sofreram uma diminuição de 0,9% em relação ao mês anterior, marcando a segunda queda consecutiva, e acumulando uma perda total de 1,3%. Atualmente, este setor se encontra 11,6% acima dos índices de fevereiro de 2020, embora ainda esteja 1,8% abaixo do seu recorde histórico, que foi alcançado em dezembro de 2024.
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Em termos regionais, 12 das 17 Unidades da Federação, em que o indicador é avaliado, tiveram um aumento nas atividades turísticas, com ênfase em SP (3,6%), RJ (8,7%) e RS (38,5%). Outras regiões com crescimento incluem o DF (7,5%), PR (4,7%) e Amazonas (AM) (14,2%). Por sua vez, MG, com um retrocesso de 7,6%, teve a maior contribuição negativa do mês.
Quando analisamos os dados de junho de 2024, o setor de transporte de passageiros experimentou um incremento de 10,4%, em junho de 2025, marcando o décimo resultado positivo consecutivo. Por sua vez, o transporte de cargas teve uma alta de 0,4%, consolidando seu segundo aumento sucessivo. No acúmulo total do primeiro semestre de 2025, o transporte de passageiros cresceu 6,7% em comparação a 2024, enquanto o transporte de cargas sofreu uma diminuição de 1,1% no mesmo período.
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