A influenciadora digital Patixa Teló, conhecida nas redes por sua espontaneidade e pelo título carinhoso de Rainha do Amazonas, relatou ter vivido momentos de abandono e insegurança no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, na noite de domingo, 16 de novembro. Patixa, que tem Síndrome de Down e viajava com indicação de acompanhamento especial, perdeu a conexão para Manaus e não recebeu o suporte prometido pela companhia aérea Azul.
Ela havia embarcado em Goiânia após realizar a colocação de uma prótese dentária. Durante todo o período em que esteve na cidade, esteve sob os cuidados do influenciador João Pedro e de profissionais da área de saúde, que afirmam ter recebido a garantia da empresa de que Patixa seria acompanhada até o portão da conexão. No entanto, ao chegar a Campinas, a influenciadora foi deixada sozinha em um dos maiores terminais do país e acabou se perdendo dentro do aeroporto.
A equipe de Patixa divulgou uma nota de repúdio afirmando que houve descumprimento das obrigações legais referentes ao atendimento a passageiros com deficiência. O comunicado reforça que a legislação brasileira assegura assistência integral, acessibilidade e prioridade durante todo o percurso de viagem de pessoas com deficiência. A mensagem enviada pela equipe em Goiânia destacava que ela precisava de atenção total, mas isso não foi respeitado. A nota enfatiza que Patixa desembarcou sem receber qualquer apoio ou orientação e que buscou sozinha o portão de embarque, situação que evidencia a negligência da companhia.
As leis citadas no documento, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146 de 2015) e a Lei 10.098 de 2000, garantem atendimento prioritário, segurança e condições adequadas de acessibilidade durante o transporte. Em casos de descumprimento, as empresas podem ser responsabilizadas e os passageiros podem recorrer a órgãos como Procon, Ministério Público ou ANTT.
A dentista Kamilla Malaquias, que acompanhou a situação à distância, também relatou o ocorrido nas redes sociais. Segundo ela, Patixa foi deixada sentada sozinha no terminal, mesmo tendo na passagem a indicação formal de que precisava de acompanhamento especial. Kamilla afirma que a cadeira de rodas solicitada para evitar que a influenciadora se perdesse não foi disponibilizada e que o suporte não foi oferecido pela Azul.
Patixa só conseguiu se abrigar depois de ser ajudada por uma funcionária terceirizada do aeroporto, que a conduziu a um hotel dentro de Viracopos. A diária e a alimentação foram pagas pela própria influenciadora. De acordo com os relatos, a companhia aérea não prestou qualquer auxílio naquele momento.
A criadora de conteúdo conseguiu embarcar para Manaus apenas na manhã desta segunda-feira, 17, e a equipe afirma que estuda medidas judiciais contra a Azul. Para eles, o episódio representa uma violação clara dos direitos de pessoas com deficiência e um alerta sobre a necessidade de garantir segurança e dignidade a passageiros que dependem de atendimento prioritário.
A reportagem do Notícia Preta entrou em contato com a AZUL, mas até a publicação desta matéria não teve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
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