A Polícia Civil do Pará e a Polícia Federal investigam ofensas racistas e ameaças de morte recebidas pela deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) e pela vereadora Bia Caminha (PT) — ambas são paraenses.
Em mensagem enviada para o e-mail de Lívia, agressores ainda ameaçaram realizar uma chacina.
“Vamos invadir o Campus da UFPA (…) e fazer um massacre, vamos chacinar todos cotistas, negros, índios, pardos, gays, lésbicas, trans e travestis que estiver no nosso caminho” (sic), diz um trecho de uma das ameaças recebidas.
O texto enviado à deputada por e-mail relatava a possibilidade de a tal “chacina” ocorrer na última quinta-feira (20). Por medidas de segurança, as agressões só foram divulgadas após essa data.
A agressividade se estendeu também à memória da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em março de 2018 junto do motorista Anderson Gomes. Os agressores afirmaram que a deputada paraense iria “visitar” Marielle.
“A gente recebe de maneira muito estarrecida, porque é um crime de ódio e de uma desqualificação absurda. É um crime que não é um sequestro, por exemplo, não há o que eu possa pagar, não há o que ninguém possa pagar. É como o crime que matou Marielle, não tem explicação racional, não tem uma razão”, disse Lívia Duarte a reportagem do Brasil de Fato.
Em postagem nas redes sociais, Bia Caminha (PT), que é a vereadora mais jovem eleita em Belém, e também foi ameaçada, informou que conversou com o delegado responsável pelo caso na Polícia Federal.
“Felizmente todos os ofícios e autoridades que a gente entrou em contato deram resultado, porque nosso inquérito está seguindo da forma mais rápida possível”, disse.
Bia Caminha (PT) também disse esperar que o autor das ameaças seja descoberto e possa “ser responsabilizado e punido segundo as leis do nosso país”.
“Não vamos nos calar diante da violência e do ódio! A ameaça que recebi não é apenas um ataque a mim, mas a todas as pessoas que lutam por uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou a vereadora.