A GRES Paraíso do Tuiuti vai abrir o segundo dia de desfiles do Grupo Especial, nesta segunda-feira (20), com o enredo “Mogangueiro da Cara Preta”. A escola vai falar sobre a cultura nortista, seus símbolos e seus significados, contando a história da Ilha de Marajó, no Pará.
Este ano os carnavalescos João Vítor Araújo e Rosa Magalhães são os responsáveis por colocar, juntos, o carnaval da Tuiuti na avenida. E João Vítor conta que o enredo narra a chegada dos búfalos no Brasil – símbolo da Ilha de Marajó – desbravando o lugar de onde ele veio.
“Então começa nosso enredo que vai lá na Índia no século XIX, o país de origem desse animal”, explica o carnavalesco, que detalha ainda mais o início da jornada que começará na Sapucaí.
“E eles faziam parte do comércio das especiarias até então – comercializava-se tecidos, temperos e búfalos para outros países – e um carregamento de búfalos e temperos que saiu da Índia para a Guiana Francesa sofreu um acidente no caminho, em uma noite de tempestade, e naufragou. A tripulação não sobreviveu e os bichos nadaram até a costa da Ilha do Marajó”, explicou.
Hoje a Ilha de Marajó possui uma das maiores manadas de búfalos do mundo. E os carnavalescos, ao longo do desfile, vão levar um pouco da cultura desta Ilha que acolheu esses animais. De acordo com João Vítor, o desfile também vai falar das belezas da ilha, das artes da região – apreciada mundialmente – e de nomes importantes para a cultura nortista.
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“Depois desse setor que a gente fala das artes marajoaras, a gente chega ao folclore marajoara que é tão importante, e a gente traz como protagonista o grande Mestre Damasceno, que é um artista múltiplo que vive na região da Ilha de Marajó, e é um dos compositores mais famosos da região Norte”.
O homenageado foi o responsável por criar o Búfalo Bumbá, uma readaptação do Auto do Boi, que ele ressignifica, já que o búfalo é o símbolo da Ilha de Marajó. A partir de então outros traços da cultura da região serão retratados, como as festividades, as músicas, e a dança do Carimbó.