OAB aprova cotas raciais e paridade de gênero para as próximas eleições internas

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View of a woman's hand holding the law license identification book for Brazil. The (OAB - Ordem dos Advogados do Brasil, Carteira de Identidade de Advogado)

André Costa é conselheiro da OAB federal e autor da proposta – Foto: Arquivo pessoal

Em uma reunião, realizada nesta segunda-feira (14), os Conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou a cota de 30% de negros e a paridade de gênero para as próximas eleiçoes da classe. Efetivamente, as chapas que concorrerão nos pleitos de 2021 deverão ter 50% de mulheres e 30% de negros. 

Na mesma reunião, os conselheiros aprovaram ainda a proposta de cotas de cargos para pessoas negras. A princípio, seria fixada 30% das vagas, mas foi aprovado 15%. Em nota, a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB lamentou o percentual aprovado e ressaltou que este número é insuficiente, dada a representatividade necessária para negros dentro da Ordem. “Estamos diante de um momento histórico e a OAB Nacional pode cumprir um papel importante na vanguarda da garantia de equidade racial em seus quadros, servindo de farol para todo sistema de Justiça”, afirmou a nota. 

Vitória, ainda que tímida

Segundo a advogada Especializanda em Direitos Humanos e relações Étnicos Raciais e membro da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais, Cristina Tadielo, é uma vitória para a negritude, mesmo com muitas batalhas a enfrentar. “Talvez este seja o início de um novo caminho. A gente vive em um sistema secular de estruturação segregatória. Muitas barreiras têm que ser rompidas. Trata-se de questões de princípios fundamentais de direitos humanos e não somente de regras legais a serem impostas de cumprimento duvidoso”, afirmou. 

Ainda de acordo com Tadielo, mesmo que pareça pouco, as cotas, de paridade de gênero e raciais são primeiros passos para a melhoria de todo um sistema. “Acredito que há um longo caminho a percorrer. Existem questões históricas deformadas quanto à raça, gênero e demais que precisam ser arguidas com o efetivo conhecimento e representatividade. Não tínhamos nada, agora temos um pouco. Não podemos parar por aí. Vamos seguindo na luta, fazendo valer cada percentual alcançado na efetivação do que chamamos de igualdade”, finalizou.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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