Em entrevista exclusiva ao Notícia Preta, o ator Leandro Firmino, intérprete do personagem ‘Zé Pequeno’ no filme “Cidade de Deus”, falou sobre sua carreira, e sobre a virada de chave que teve como ator após o filme. Com mais de vinte anos após o lançamento do longa, em 2002, ele é uma das produções mais aclamadas do cinema nacional.
Por conta disso, após o sucesso de seu personagem no filme, a vida dele mudou. “O ‘Cidade de Deus’ e o Zé Pequeno mudaram de forma radical a minha vida! Mas a luta continua, ao contrário de que algumas pessoas acham, não me deixou rico“, disse. O artista também destacou as dificuldades em ser um artista no Brasil, principalmente sendo negro.
“Ser ator e trabalhar com arte no Brasil, nunca foi fácil, principalmente quando você é preto, sem herança para receber e sem pertencer ao grupo branco economicamente abastado do país”, afirma Leandro, que conta como começou a atuar.
“Eu sempre falo que a carreira de ator foi algo que surgiu na minha vida há 23 anos, pois eu não sabia na época com o que eu iria trabalhar. Tinhas poucas opções, mas nada que me dava muita vontade de fazer! Eu tinha que trabalhar, então quando surgiu a oportunidade, eu fui pra cima!“, declarou o ator, que hoje é reconhecido como parte do elenco do longa que já foi indicado a quatro estatuetas no Oscar.
Apesar do sucesso, Leandro afirma que já pensou em desistir da carreira, mas também destacou a importância do apoio da família e amigos para que não fizesse isso. “Acredito que somos aquilo que projetamos ser. Teve momentos em que pensei em desistir, porém minha família e alguns amigos falaram para eu não fazer isso”, desabafou.
O trabalho mais mais recente do ator é a série “Impuros”, da plataforma de streaming Star+, no papel de Gilmar. Mas o ator também participou de novelas como ‘Órfãos da Terra’, da TV Globo, e de outra série, a “Operação Maré Negra, da Amazon Prime.
Leandro, que descobriu recentemente que que o filme foi transmitido pelo Museu da Academia do Oscar, em Los Angeles, Estados Unidos, não aguentou a emoção com a notícia.
“Eu fico muito surpreso quando recebo essas notícias pois realmente percebo que o filme consegue até hoje chamar atenção de muitas pessoas. Quando ando nas ruas e jovens que não eram nem nascidos me perguntam e me chamam para tirar foto, é quando a minha ficha cai“, finalizou.
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