O presidente da junta de transição no Gabão, general Brice Oligui Nguema, prometeu restituir o poder aos civis por meio de “eleições livres e transparentes”, mas sem fixar uma data.
Comandante da Guarda Republicana, Oligui assumiu o poder após o golpe militar que destituiu o presidente Ali Bongo Ondimba, que estava no cargo desde 2009 e tinha acabado de ser reeleito para um terceiro mandato, em meio a acusações de fraudes.
Em seu juramento como presidente interino, o novo líder também defendeu a anistia para prisioneiros políticos e disse que o golpe salvou o Gabão de um “banho de sangue”. Além disso, Oligui pediu a participação de “todos os grupos” para escrever uma nova Constituição, que será adotada por referendo.
O mandatário também disse ter ficado “surpreso” com a condenação ao golpe por parte de “instituições internacionais”, afirmando que o autoproclamado Comitê para a Transição e Restauração das Instituições, “sem violência ou confrontos, mudou o regime que durante anos desrespeitou as regras democráticas”.
“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolheu o lado do opressor”, declarou Oligui, citando uma frase do herói antiapartheid na África do Sul Desmond Tutu, Nobel da Paz em 1984.
Bongo estava no poder havia 14 anos, mas sua família governava o Gabão de forma ininterrupta desde 1967. A derrubada do presidente foi comemorada com festa nas ruas da capital Libreville, mas existe o temor de que o golpe aumente a instabilidade na África, já chacoalhada pelas recentes turbulências no Níger.
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