O novo governo do Níger nacionalizou a água potável do país. No último sábado (06) foi criada uma empresa estatal que controlará o fornecimento de água potável no país localizado na África Ocidental. Por 22 anos o setor hídrico do país foi comandado por empresas privadas francesas.
Em julho do ano passado uma junta militar prendeu o então presidente do país, Mohamed Bazoum, e nomeou um novo líder para o país, o general Abdourahamane Tchiani. O grupo que tomou o poder, com adesão de parte da população, reclamava que os governos antigos não conseguiam garantir a segurança do país, e nem a soberania nacional sobre setores estratégicos, como água e petróleo.
De acordo com apuração do Opera Mundi, o processo de estatização do serviço começou no dia 31 de dezembro do ano passado, quando o contrato com a empresa francesa Veolia, que detinha o monopólio do setor hídrico do Níger, foi encerrado. O Conselho de Ministros apresentou um decreto e estabeleceu as normas jurídicas de uma nova empresa estatal.
Um relatório da Unicef mostrou que o acesso da população à água potável e ao saneamento ainda é muito baixo no Níger, com grande discrepância entre as áreas urbanas e rurais, e entre as diferentes regiões do país. Os 22 anos de monopólio de empresas estrangeiras não conseguiram garantir o acesso total da população a água potável.
O novo governo reivindicou também a soberania militar do país. Em novembro do ano passado a França retirou 1,5 mil soldados do território do país. O mesmo processo está ocorrendo em países vizinhos comoi Burkina Faso, Guiné, Mali e Gabão, que tem novos governos que assumiram após tomar o poder e com aspirações nacionalistas. Os países desta região foram colonizados pela França e só obtiveram sua independência na década de 1960.
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