Na tarde desta sexta-feira (30), um grupo de cinco adolescentes denunciou ter sofrido ataques racistas enquanto lanchava no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por Susane Paula Muratori Geremia e sua filha Bruna Muratori, que vivem há meses dentro da lanchonete. Susane foi presa em flagrante por injúria racial, enquanto Bruna foi liberada após prestar depoimento na 14ª DP (Leblon).
Conforme agentes do Leblon Presente, testemunhas que presenciaram, contaram que a situação começou após as adolescentes tirarem fotos de Bruna e Susane. “A gente sempre sofre um racismo ou outro, mas a gente costuma entubar, botar no bolso e viver. Só que agora foi muito direto. Ela chamou a minha filha de ‘preta nojenta’. ‘Pobre, preta, nojenta’”, disse Bruna Medina de Souza, mãe de uma das meninas, em entrevista à TV Globo.
Medina conta que recebeu a notícia pelo telefone e foi imediatamente à lanchonete para socorrer a filha. “Eu saí correndo de onde eu estava, fui ao local e ela continuou ofendendo a minha filha: ‘Aquela pretinha ali de biquíni’. Eu falei: ‘Ela não é pretinha, não. Ela é preta mesmo. Ela é minha filha, e se quiser falar com ela, tem que se dirigir a mim’. Foi aí que chegaram os policiais”, explicou Bruna.
O taxista Rafael Tavares, pai de uma outra adolescente, contou o susto que levou ao chegar no local e ver sua filha e as amigas dentro de uma viatura policial.
“Os policiais foram muito educados, conversaram, todos eles também revoltados com a situação. Elas agrediram as meninas, muitas vezes chamando de ‘negras’, de ‘pobres’, e outros palavrões que não vale nem eu repetir”, disse ele.
Segundo ele, as mulheres afirmaram que as meninas não deveriam estar no local, insinuando que aquela lanchonete não era um lugar para pobres ou negros. Segundo informações do g1, Susane disse em depoimento, que foi chamada de “velha coroca” e negou que tenha cometido ofensas raciais.