Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (03), revela que as mulheres são maioria entre os indígenas, porém vivem predominantemente fora de suas terras tradicionais. Segundo dados do Censo 2022, dos 4.108 municípios brasileiros analisados, as mulheres são a maioria da população, aproximadamente 62%. Mas entre 533 terras indígenas, os homens eram maioria, equivalente a 71%.
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“Há alguns estudos no campo da demografia da saúde mostrando que, até pela localização das residências nas terras indígenas, mais afastadas do atendimento de saúde mais completo e mais complexo, pode haver um efeito sobre a mortalidade materna”, declara a pesquisadora Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.
As possíveis causas para explicar esses dados, são a mortalidade materna e a migração em maiores quantidades para fora das terras.“Essa alta mortalidade ocorre também pelo fato das mulheres indígenas começarem a ter filhos cedo e terem filhos até mais tarde. A partir das últimas gestações, começam a ter uma sobremortalidade materna nesse sentido”, declara Marta Antunes.
O relatório também identificou que as mulheres indígenas se saem da terra em busca de uma oportunidade de trabalho.
“Os estudos feitos até o momento indicam que, efetivamente, as mulheres tendem a migrar mais, tanto por conta da necessidade da busca maior por escolarização em termos da busca de oportunidades. Essas pessoas estão em busca tanto da escolarização, de acesso ao trabalho e renda, de melhores condições, às vezes até a necessidade de uma saída diante de uma situação desfavorável relacionada a uma fome temporária, uma escassez de recursos. Então, essa saída é sempre acompanhada também de um potencial retorno.
O dados indicam que 56,1% dos indígenas do país tem menos de 30 anos, e que apenas 37% da população indígena habita em territórios oficialmente demarcadas. Quando considerados esses territórios, o percentual de indígenas com menos de 30 sobe para 68,9%.
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