Mulher trans é assassinada a facadas no Rio de Janeiro

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A técnica de enfermagem, Julia Nicolly Moreira da Silva, de 34 anos, foi enterrada nesta quinta-feira (27) após ser encontrada morta em sua casa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, na última terça-feira (25). A mulher, que trabalhava para a Organização Social (OS) Ideias e dava expediente no Hospital Getúlio Vargas Filho, em Niterói, e no Hospital da Mulher em São João de Meriti, foi amordaçada e morta a facadas.

Segundo o relatório da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que analisou dados de 2022, o Brasil é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo. Para a família, Julia foi vítima de crime de ódio, motivado por transfobia.

A técnica de enfermagem, Julia Nicolly Moreira da Silva, de 34 anos, foi encontrada morta em casa /Foto: Reprodução

Segundo familiares, a técnica de enfermagem foi golpeada por dois homens, com diversas facadas. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Julia já havia sido alvo de ataques violentos antes. Em 2021, um homem a esfaqueou. Na época ele foi preso em flagrante e condenado por tentativa de feminicídio por motivo torpe, sem condições de defesa da vítima.

O relatório da Antra aponta que 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no país em 2022, e 20 pessoas tiraram a própria vida diante da discriminação e do preconceito presente na sociedade brasileira.

Os dados sobre o assassinato de pessoas trans, no Brasil, continuam altos. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais divulgou um um dado parcial de 46 assassinatos de pessoas trans e travestis entre 1 janeiro e 30 de abril deste ano. Entre as vítimas, 45 foram mulheres trans e travestis, e 1 homem trans. 

Quando observamos a média de assassinatos nos quatro primeiros meses de 2023, percebemos que ela está em torno de 11,5 pessoas/mês, enquanto em 2022 inteiro essa média foi de 11 assassinatos/mês. Ainda é cedo para dizer se há uma tendência de aumento, mas esses números exigem uma atenção especial para que o assassinato de pessoas trans seja encarado como problema CIStêmico e que precisa de ações e respostas emergenciais para o seu efetivo enfrentamento”, disse a Associação em nota. 

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