Um motoboy foi alvo de xingamentos racistas por parte de duas cliente, após fazer uma entrega na casa de uma das meninas. No vídeo que circula nas redes sociais, as clientes aparecem rindo junto com outras pessoas, e chamando o entregador de “preto, macaco e fedido” junto com palavrões.
Após tomar conhecimento do conteúdo da filmagem, o entregador registrou um boletim de ocorrência pelo crime de injúria racial, de acordo com informações da Polícia Civil. O caso aconteceu na noite último sábado (22), em Taquaritinga, em São Paulo. O post revoltou os moradores do município que estão se manifestando também pelas redes, pedindo justiça pelo rapaz.
De acordo com a vítima, a situação aconteceu depois que as meninas e mais um grupo de amigos fizeram um pedido na hamburgueria em que ele trabalha. No momento do pagamento na entrega, se confundiram com o troco. Após o motoboy comprovar o valor e os jovens pagarem a conta, ele foi embora e as meninas, que segundo ele são menores de idade, postaram o vídeo.
A menina que gravou e postou o vídeo cursa Direito na Universidade de Araraquara (Uniara). Com a repercussão do caso, o Diretório Acadêmico do Curso de Direito da instituição publicou uma nota de repúdio ao caso e garantindo que a aluna do primeiro ano não integra as atividades do grupo. “Como representantes dos estudantes de nosso Curso, nos posicionamos, veementemente, em favor de que sejam tomadas todas as medidas legais e administrativas possíveis para que tais declarações sejam severamente responsabilizadas”.
A hamburgueria onde o motoboy trabalha também se pronunciou em uma nota divulgada nas redes sociais, repudiando a atitude das clientes.
“A La Brasa Burger Taquaritinga vem através dessa nota manifestar nosso total repúdio ao vídeo que está sendo circulado nas redes sociais onde o motoqueiro que presta serviço de entrega para a empresa sofre ataques racistas. Informamos também que estamos prestando total apoio ao trabalhador que no momento se encontra extremamente magoado e triste com o acontecido”.
Com o caso, motoboys da cidade se reuniram no último final de semana em frente à casa onde o pedido foi entregue para fazer buzinaços em forma de protesto.
Leia também: Aluno da PUC do Paraná é vítima de racismo por parte do segurança da instituição