A morte do influenciador e humorista Rodrigo Amendoim no último sábado (28) trouxe a tona novamente o debate sobre a importância com os cuidados da saúde mental das pessoas negras. Influenciadores, escritores e filósofos comentaram sobre a importância do tema.
Amendoim foi encontrado morto no apartamento em que morava, no último sábado (28) em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, Bahia. A Polícia Civil investiga o caso, para saber as circunstâncias da morte.
“Quero alertar da necessidade ética da gente cuidar um dos outros, para além das aparências alegres e com milhões de seguidores. Quem está estourado? A estrutura psíquica do negro. Sejamos mais afetuosos com pessoas negras. Porque você não está na cabeça e no coração do outro“, publicou a escritora Carla Akotirene em suas redes sociais.
“A nossa dor só gera empatia se os sofrimentos psiquicos na sociedade colonial, incluindo pela rede profissional não credenciada, são vistos através da roupa rasgada, mais feridas que flores dos velhos, lamentos sem selfs( eus) e tentativas de fim incitadas por fora. Ei, menino, muitas vezes o seu humor me tirou da tristeza. Que os erês estejam contigo“, finalizou a escritora.
O dramaturgo Adalberto Neto também comentou sobre a importância com os cuidados mentais.
“Nosso cérebro é um órgão como todos os outros que precisa de cuidado e tratamento, mas é dificil perceber quando não estamos bem da cabeça e isso pode trazer sérias consequências” postou em um vídeo
“O sistema costuma invalidar pessoas pretas por meio da depressão, do infarto, do encarceramento ou da bala da polícia, mas precisamos transgredir essa lógica e continuar vivos“comentou a produtora de conteúdo Lidiane Oliveira.
Suicídio é 45% maior entre jovens negros em relação aos brancos
O índice de suicídio entre adolescentes e jovens negros no Brasil é 45% maior do que entre brancos. Os dados são do Ministério da Saúde e mostram ainda que o risco aumentou 12% entre a população negra, nos últimos anos e permaneceu estável entre brancos.
A faixa etária de 10 a 29 anos é a que mais sofre, principalmente os do sexo masculino, que têm chance 50% maior de tirar a vida do que entre brancos da mesma idade. Um perfil bem parecido com o de Rodrigo Amendoim.