Cabo Delgado, em Moçambique, sofre ataques terroristas

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A província de Cabo Delgado, em Moçambique, está sendo alvo de invasões armadas por parte de uma quadrilha ligada ao Estado Islâmico. As autoridades confirmam que os ataques se dão aos arredores de um dos depósitos de rubi mais importantes do mundo.

Os trabalhadores que estavam acampados no local foram acordados em meio a um atentado terrorista na manhã da última quinta-feira (20). Eles foram obrigados a se retirarem do local às pressas, informou a empresa responsável pelo negócio. As Forças de Defesa e Segurança (FDS) foram acionadas para combater o ataque, entrando em conflito com o grupo.

Imagem de Pemba, Cabo Delgado – Foto: Reprodução/Trek Earth

Em comunicado, a empresa Mina de Rubi de Montepuez (MRM), que pertence ao Grupo Gemfields, informou que prioriza a saúde e segurança de seus funcionários. Ressalta que, por esse motivo, todos os trabalhadores que estavam instalados no acampamento Gemrock foram resgatados e as explorações na região foram encerradas.

“O pessoal de segurança e a força policial moçambicana permanecem no local e militares moçambicanos estão a chegar”, informou o Grupo Gemfields.

Desde a última quarta-feira (19), inúmeras regiões de Moçambique estão recebendo reforços militares. A ordem partiu das autoridades locais devido à tensão pela situação. No início desta semana, pelo menos sete pessoas haviam sido decapitadas no distrito de Ancuabe, leste de Moçambique.

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Cabo Delgado

Desde 2017, a região litorânea vem sofrendo invasões e ameaças terroristas. A abundância em matérias-primas e recursos naturais são os principais fatores dos ataques.

O grupo responsável pelos atentados é mundialmente conhecido como “Al-Shaabab”. De acordo com as lideranças políticas da região, situada no norte de Moçambique, mais de 100.000 pessoas foram vítimas fatais dos invasores.

Em agosto, o Instituto para Democracia Multipartidária (IDM), organização não governamental, promoveu uma reunião com todos os membros do Instituto para discutirem a exploração de recursos em Cabo Delgado e a possível intensificação dos conflitos na região.

A diretora dos Serviços Provinciais de Justiça e Trabalho da Província de Cabo Delgado, Georgina Manhique, disse enxergar o interesse pelos recursos fornecidos pela região como algo parcialmente positivo. Sobretudo à população jovem. Georgina aponta que o contexto seja propício para o aprimoramento profissional de pessoas em determinada faixa etária.

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Tendo em vista o cenário atual, a Diretora pontuou, também, os impasses e fatores de risco na localidade: “A persistência do garimpo ilegal, caça nas áreas de conservação, pesca ilegal de espécies protegidas, corte ilegal de madeira, tráfico de pontas de marfim e outros crimes contra o ambiente”, salientando a necessidade de ações de combate.

 “É fundamental dotar as autoridades locais de ferramentas e capacidades necessárias para que sejam interlocutores válidos para mediar, prevenir e apoiar na resolução de possíveis situações de conflitos”, acrescentou o diretor de Programas do IMD, Dércio Alfazema.

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