Este final de semana será marcado pelo congresso do Movimento Negro Unificado (MNU), realizado em Pernambuco e que reunirá mais de 300 delegados e delegadas de todos os estados do país. Com o lema “Aquilombar é preciso: 522 anos de construção, crescimento e resistência pelo legado de Dandara e Zumbi com a lança nas mãos”, o 19º congresso do MNU debaterá novas estratégias para o enfrentamento ao racismo.
Segundo a organização, um dos objetivos do congresso é ampliar a mobilização da militância; fortalecer a luta antirracista, contra todas as formas de discriminação, ampliar a relação do MNU com os movimentos sociais, tanto nacionais quanto internacionais; atualizar o Plano de Lutas do MNU e eleger a nova Coordenação Nacional.
Segundo Iêda Leal, coordenadora nacional do MNU Construído, o encontro será organizado por meio do processo participativo e democrático, com metodologia fundamentada no Estatuto, no Programa de Ação e na Carta de Princípios do MNU. “Nós vamos aqui nas diversas mãos, corpos, mentes e corações reunidos, e queremos dizer para o Brasil que o MNU com seus 44 anos [em julho] tem muito a contribuir com o desenvolvimento do nosso país. Nós queremos e vamos ocupar os nossos espaços na nossa sociedade, para isso é necessário construirmos um projeto de reparação. Precisamos dar o tom na luta contra o racismo”, afirma.
O congresso é em homenagem à Luiza Bairros, a primeira coordenadora nacional do MNU, uma das mais importantes militantes e pensadoras da luta antirracista no Brasil. E também 522 negros e negras (criança, adolescentes, jovens e adultos), cruelmente assinados neste país que mantem em curso um projeto de genocídio contra a da população negra. “Por Marielie Franco, João Alberto Freitas, Agatha Felix, Cláudia Silva Ferreira, Mestre Moa, Luana Barbosa, Miguel, e por todos e todas aqueles e aquelas que foram vítimas da violência racial, que tombaram pela mão do Estado”, frisa a coordenadora.
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Milton Barbosa é um dos fundadores do MNU, e conta emocionado que a entidade historicamente faz o papel de enfrentamento do racismo e da reestruturação da população negra. “O MNU existe para ações e intervenções políticas, atualmente existem avanços de estruturas de debates sobre a juventude negra, lutas por cotas, reparação histórica, entre outras bandeiras. E hoje vejo militantes antigos e a juventude incrível fazendo a política”, enfatiza o fundador.
O congresso do Movimento Negro Unificado será realizado até o próximo domingo (15) no Centro de Formação e Lazer do SINDSPREV de Pernambuco. Para mais informações, acesse o perfil do Instagram do MNU.
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