Estação Uruguaiana ganha espaço de valorização à cultura afro-brasileira, com homenagem a personalidades negras e dicas de passeios pela Pequena África e Museu do Samba
No mês da Consciência Negra, com data celebrada na última segunda-feira (20), o MetrôRio lançou uma campanha contra o preconceito e com o objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira. Batizada de “Fim da linha para o racismo”, a iniciativa busca promover a conscientização e chamar a atenção dos clientes sobre a luta contra qualquer discurso discriminatório, que deve ser abraçada por todos.
As mensagens de reflexão sobre os temas da campanha são veiculadas nos totens eletrônicos e nos áudios das estações e nas TVs dos trens da concessionária. Frases como “Minha cor é amor”, “Minha pele, nossa cor, nossa luta” e “Meu black é power”, e ficarão espalhadas pelas 41 estações do sistema metroviário.
“O combate ao racismo é uma luta diária e dever de todos. Esse enfrentamento é um compromisso do MetrôRio, que recebe mais de 650 mil passageiros por dia. Com essa ação, queremos mobilizar os clientes a refletir sobre a importância do assunto e a promover a valorização da cultura afro-brasileira”, ressalta Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio.
Ao chegar no corredor de acesso D (Presidente Vargas), os passageiros são surpreendidos pelo “Espaço nossas raízes: conexão afro!”, uma grande instalação, com 40m2, que faz um convite à celebração das raízes africanas que engrandeceram a história e a cultura do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo. Nesse espaço, serão homenageadas, até o dia 30 de novembro, personalidades negras que deixaram seus legados na literatura e nas artes.
No segundo ambiente é apresentado um roteiro especial com dicas de passeios próximos às estações do metrô que celebram a herança negra, como o Instituto Pretos Novos, Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira e os painéis artísticos do Projeto NegroMuro. Os locais fazem parte do circuito da Pequena África, região que abrange os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Na última parada do roteiro cultural, a boa é conhecer o Museu do Samba, no bairro da Mangueira, próximo da estação São Cristóvão.
Confira algumas dicas de passeios que valorizam a história e a cultura afro-brasileira na cidade do Rio de Janeiro:
Instituto Pretos Novos (IPN)
O Cemitério dos Pretos Novos foi o local de sepultamento dos africanos recém-desembarcados no Cais do Valongo, que não resistiam às péssimas condições da travessia e morriam antes de serem vendidos. O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos é responsável pela conservação desse patrimônio.
Como chegar: desça na Estação Uruguaiana/Centro e caminhe até a Rua Pedro Ernesto, n° 32 – Gamboa
Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB)
Museu de território que tem como marco zero o Cais do Valongo, Patrimônio Mundial. O MUHCAB pretende contar a história da região que testemunhou o maior desembarque de africanos escravizados no mundo, de importantes marcos de afirmação negra no Brasil e do desenvolvimento da cultura afro-brasileira, bem como é um espaço para debater conceitos que emanam desta narrativa e a situação do negro hoje no país.
Como chegar: desça na Estação Uruguaiana/Centro e caminhe até a Rua Pedro Ernesto, nº 80 – Gamboa
Painéis do Projeto NegroMuro
Desde 2018, o projeto NegroMuro atua no mapeamento da memória negra por meio da arte urbana, demarcando murais públicos com retratos de figuras históricas fundamentais do povo negro no Brasil. O trabalho artístico é assinado por Cazé Arte e a pesquisa e produção é realizada por Pedro Rajão. Até outubro de 2023 já foram pintados 52 murais que narram biografias e exaltam a ancestralidade africana da cidade do Rio de Janeiro.
Como chegar:
– Painel Luiz Gama – Desça na Estação Saara/Presidente Vargas e caminhe até a Rua da Constituição, 51 – Centro
– Painel Academia Negra de Filosofia – Desça na Estação Carioca/Centro e caminhe até a Rua do Rezende, esquina com a Rua Riachuelo – Centro
Museu do Samba
Com mais de 45 mil itens em seu acervo, o Museu do Samba nasceu e está localizado no mais poético e tradicional reduto do samba carioca, no bairro da Mangueira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O local oferece uma rica e variada programação cultural e educativa, um Centro de Documentação e Pesquisa do Samba e o maior acervo patrimonial e audiovisual do gênero. É um lugar de memória, preservação e representatividade da cultura afro-brasileira, e seu trabalho levou à titulação do samba como Patrimônio Cultural do Brasil.
Como chegar: desça na Estação Triagem e caminhe até a Rua Visconde de Niterói, 1296 – Mangueira.
SERVIÇO
Campanha ‘Fim da linha para o racismo’ no MetrôRio
Data: até 30 de novembro
Estações: Uruguaiana/Centro, no corredor de acesso D (Presidente Vargas)
Horário: de segunda a sábado, das 5h à meia-noite; e aos domingos e feriados, das 7h às 23h.
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