O doutor em educação Paulo Melgaço e o doutorando em memória social Vandelir Camilo organizaram o livro “Masculinidades Negras – Novos debates ganhando formas”, que será lançado no próximo sábado (3), no Museu da República, no Catete, Rio de Janeiro.
Reunindo 29 autores, 15 artigos e 14 entrevistas, a obra fala de questões relacionadas ao passado da negritude brasileira e que, ao mesmo tempo, se aproximam do presente estado social. É nesta seara que o livro procura jogar uma lupa, antes de tudo, no racismo versus gênero e em temas específicos como a paternidade, trabalho, renda, saúde, educação e sexualidade.
Segundo o doutor em educação e um dos organizadores, Paulo Melgaço, o livro é dividido em duas partes. A primeira, foram convidados pensadores com diferentes inscrições corpóreas e de gênero para o campo das masculinidades negras. “Assim, buscamos textos que operem em abordagens cognitivas alternativas e que radicalizem o entendimento conceitual da observação e da experiência, compreendendo o autor/pesquisador não apenas como alguém que interpreta e descreve suas experiências por meio da observação detalhada, mas como alguém que vivencia suas experiências“, afirma.
Já a segunda parte, ainda de acordo com Melgaço, foi utilizado o colóquio “Cinco questões sobre as masculinidades negras”, que apresenta diálogos e traz resultados organizados para a obra. “Foi proposta cinco perguntas a alguns dos mais renomados pesquisadores e pesquisadoras de todas as regiões do país, de reconhecida liderança e influência”, explica.
Além dos organizadores, nomes como o de Monica Francisco Aprigio, Yago Eloi, Diogo Sousa, Kauan Almeida, Carolina Iara Ramos de Oliveira, Leonardo Peçanha, Daniel Veiga, William Melo, Jean dos Santos, Roberto Borges e Samuel de Oliveira, , Leandro de Brito, Wallace Modesto, Fabio de Almedia e Gabriel Vilela, Luiz Valério Soares da Cunha Junior, Alisson Keliton dos Anjos, Danilo Marques Pereira e Andressa Coloaia dos Santos refletem sobre assuntos diversos como paternidades negras, homens, negros gays, intersexualidades, transmasculinidades, educação, racismo, homofobia, entre outros pontos relacionados ao tema do livro.
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Para Vandelir Camilo, esse campo já possui importantes referências e intelectuais identificados com ele. O autor afirma que “o objetivo com essa publicação foi explicitar e principalmente tensionar esses referenciais, as narrativas, os métodos, as perspectivas, os embates, as variações e os ruídos que circunscrevem as masculinidades negras”.
“O nosso interesse foi fotografar como anda vivo e atuante, neste contexto histórico, social, político, econômico, educacional em que vivemos essas masculinidades negras”. O autor conclui afirmando que “o que queremos é tensionar esse nicho das ciências sociais que conceituamos como masculinidades negras novos debates ganhando formas”, finaliza Camilo.
Serviço:
“Masculinidades Negras: novos debates ganhando formas”
Paulo Melgaço da Silva Júnior e Vandelir Camilo – Organizadores
Lançamento do livro: 3 de setembro – sábado
Horário: 15h às 17h
Local: Museu da República
Endereço: R. do Catete, 153 – Catete, Rio de Janeiro – RJ