“Mal colocado”, diz ministra Margareth Menezes sobre fala de Lula sobre período da escravidão

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O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e a futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, durante anúncio de novos ministros que comporão o governo.

A ministra da cultura Margareth Menezes esteve em um evento em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, nesta terça-feira (25). Na ocasião, a ministra analisou a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento em Cabo Verde, na África. Segundo ela a frase foi mal colocada, mas não teve intenção racista.

“Ele [Lula] fez uma colocação que não foi dizendo que a escravidão foi boa, ele agradeceu o que foi construído pelas pessoas escravizadas. Agora, foi mal colocado”, argumentou a ministra. De acordo com Margareth, o presidente está sempre buscando aprender e pede que as pessoas da equipe o auxiliem.

“O presidente Lula é uma pessoa que admiro muito, porque tem a humildade de aprender… Ele pede para que as pessoas que estão dentro orientem melhor as falas. Não é possível a pessoa achar que o presidente Lula é uma pessoa racista, né? Erros existem, e a gente pode coloquialmente apontar, mas não podemos descontextualizar”.

Ministra Margareth Menezes e o presidente Lula – Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil

A fala que gerou repercussão, ocorreu em um evento em Cabo Verde, na África, após o presidente participar da da cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia. Lula visitava o país e fez a fala ao lado do presidente, José Maria Neves. No discurso, Lula afirmou ter “profunda gratidão” ao continente africano.

“Quero recuperar a relação com o continente africano. Nós, brasileiros, somos formados pelo povo africano. A nossa cultura, nossa cor, tamanho, é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus. E nós temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país”, disse o presidente.

Depois da repercussão negativa, o presidente reforçou a equipe responsável por preparar seus discursos, de acordo com o G1.

O jornalista Reinaldo Azevedo também repercutiu e analisou a fala do presidente. Para ele, a fala é descabida, mas é “estúpido acusa-lo de racismo”.

Leia mais e saiba mais notícias aqui: “Em 2023 a cultura e as artes terão orçamento garantido”, diz Margareth Menezes sobre recurso histórico ao Ministério da Cultura

Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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