Neste domingo (08), às 14h, familiares, moradores e coletivos se reunirão na Rua Pedro Américo, nº 90, Catete, Zona Sul do Rio, em um novo ato por justiça pela morte de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 23 anos. O jovem, office boy e pai de um menino de 2 anos, foi baleado na noite de sexta-feira (06), durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, quando policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizavam uma “operação emergencial” na comunidade. O jovem, que foi atingido no abdômen, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Glória D’Or, mas não resistiu.
O ato pacífico visa manter a pressão por transparência, respostas das autoridades e responsabilização por esse episódio que tirou a vida de um jovem negro, trabalhador e mais vítima da violência do Estado contra moradores das favelas cariocas.
Segundo relatos e vídeos que circulam, a festa junina, pacífica e familiar, foi interrompida por disparos logo após a chegada do Bope. Além de Herus, outras cinco pessoas ficaram feridas.

Moradores descreveram momentos de terror: gritos, correria, crianças chorando e até pisoteamentos durante a fuga. O pânico geral impulsionou uma protesto na tarde de sábado (7) na 9ª DP (Catete), exigindo esclarecimentos sobre o caso.
No velório, o pai de Herus, Fernando Guimarães, cobrou explicações diretas: “Também gostaria de saber deles [Polícia Militar] por que o Bope entrou na comunidade com uma festa junina acontecendo na maior tranquilidade?”, questionou o pai em entrevista a jornal O Dia. Segundo ele, até o momento, a família não foi contatada por nenhuma autoridade.
Investigações do caso Herus em curso
A Polícia Civil, através da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), abriu investigação e recolheu armas e câmeras corporais dos policiais envolvidos. O Ministério Público (MPRJ) realizou perícia independente no corpo de Herus e pediu à PM a preservação dos registros das câmeras. A Corregedoria da PM também está analisando o material em paralelo.
A PM afirmou que houve troca de tiros entre agentes e suspeitos fortemente armados, mas nega que tenha reagido diretamente aos disparos. O comando do Bope instaurou procedimento interno para apurar os fatos.
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