Neste ano, por meio de estratégia, Lula realizou visitas a países como Japão, Vietnã, China, Rússia e França, visando “novos mercados”. O presidente planeja deslocar-se para a Indonésia e Malásia, no segundo semestre, e terá um giro pela Índia, previsto para o primeiro trimestre de 2026. O Governo brasileiro está explorando novas possibilidades de mercado para os itens que sofreram com a alta de tarifas.
Assessores de Lula enfatizam que, as viagens do presidente, assim como as visitas de líderes internacionais ao Brasil, passaram a ter um papel mais significativo diante da nova realidade, onde foi implementada uma sobretaxa, sobre as exportações de produtos brasileiros, para os Estados Unidos (EUA). Há também o objetivo de diversificar as nações parceiras, evitando a dependência de poucos países para as exportações e, assim, diminuindo potenciais vulnerabilidades.

reeleito nesto domingo (13).
Foto: Reprodução/X
Em relação ao Equador, Lula está programado para receber o presidente, Daniel Noboa, hoje, dia 18 de agosto. Este país também sentiu os efeitos da ordem executiva do tarifário, que foi assinada por Donald Trump, embora o impacto tenha sido menor do que o enfrentado pelo Brasil. O Equador enfrentou uma tarifa de 15% sobre os produtos que exporta para os EUA, ao passo que o Brasil sofreu uma taxação de 50%.
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No ano de 2024, o volume de comércio entre o Brasil e o Equador alcançou US$ 1,09 bilhão. Os principais itens exportados para o Equador incluem papel e cartão, automóveis de passageiros, trigo e centeio não moídos, além de calçados. As importações, por outro lado, consistem em chumbo, resíduos de metais não ferrosos, sucatas, pescados, crustáceos, moluscos, invertebrados aquáticos, confeitaria, chapas, folhas, películas, tiras e lâminas de plástico.
Esta será a primeira visita de Daniel Noboa ao Brasil em sua função de Chefe de Estado, desde sua reeleição em abril deste ano. Aos 36 anos, Noboa venceu as eleições presidenciais antecipadas, de 2023, e agora se mantém à frente do país. O presidente equatoriano tem defendido a implementação de reformas econômicas, e um endurecimento nas políticas de segurança, em resposta ao aumento da violência em seu país.
O Governo brasileiro tem enfatizado a relevância da colaboração entre as nações sul-americanas, notadamente em áreas como o desenvolvimento sustentável, o meio ambiente e o comércio regional. No que diz respeito à Nigéria, a chegada do presidente Bola Ahmed Tinubu, está agendada para o dia 25 de agosto.
Em junho deste ano, o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, liderou uma delegação com empresários da Nigéria, com o objetivo de fortalecer as relações econômicas e institucionais entre os dois países. A taxa imposta à Nigéria, pelo governo Trump, foi de 15%.
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Em julho, durante a Cúpula dos Brics, os presidentes Lula e Bola Ahmed Tinubu se reuniram para discutir questões bilaterais. A Nigéria é um dos dez países parceiros do grupo, que tem sido criticado pelas autoridades dos EUA. Naquela ocasião, ambos os países expressaram interesse em aprofundar os laços bilaterais.
De acordo com informações do governo brasileiro, o presidente da Nigéria demonstrou interesse em firmar uma parceria para melhorar a eficiência da agricultura e pecuária do país, mencionando a Embrapa como um modelo em pesquisa e inovação no setor agrícola. Considerada a nação com a maior economia e população na África, a Nigéria é a única nação da África Ocidental.

na Cúpula do Brics.Foto: Ricardo Stuckert (PR)
No ano de 2024, o intercâmbio comercial entre Brasil e Nigéria totalizou 2 bilhões de dólares. As vendas do Brasil para a Nigéria atingiram 978,5 milhões de dólares, principalmente com a exportação de açúcares e melaços, que representaram 74%, seguidos por álcoois e seus derivados, contabilizando 5,7%, além de outros produtos das indústrias agrícola e de transformação.
Em contrapartida, no mesmo ano, o Brasil importou da Nigéria 1,1 bilhão de dólares, com destaque para adubos e fertilizantes (48%), óleo combustível e petróleo bruto (48%), gás natural (2,3%) e outros itens do setor industrial. O presidente do Panamá, José Raúl Molino, está agendado para visitar o Brasil em 28 de agosto, acompanhado de uma comitiva empresarial.
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Durante uma reunião bilateral com o presidente Lula em julho deste ano, durante a Cúpula do Mercosul na Argentina, Molino mencionou que apresentaria ao governo brasileiro oportunidades para investidores brasileiros na área de infraestrutura portuária no Panamá.
Conforme informado pelo Governo do Brasil, Molino realçou as oportunidades que podem surgir no setor turístico, e em acessos a novos mercados, através do aeroporto internacional de Tocumen, que liga o Brasil à América Central, do Norte, e ao Caribe. Além disso, o presidente panamenho expressou interesse em adquirir aeronaves fabricadas pela Embraer.
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Lula também manifestou apoio, na qualidade de líder do bloco, para um acordo de livre comércio entre as duas nações. No ano de 2024, o volume de comércio bilateral foi de 934,1 milhões de dólares, apresentando um superávit em favor do Brasil, cujas exportações foram majoritariamente compostas de petróleo e produtos manufaturados.
Por outro lado, as importações do Panamá tiveram uma queda significativa após a proibição da mineração de cobre no país, embora a troca de produtos da indústria de transformação continue relevante. O presidente Lula planeja visitar o Panamá em janeiro de 2026.
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