Justiça Fluminense aceitou na ultima terça-feira (13), a denúncia contra Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo. A denúncia partiu do Ministério Público Federal devido a uma postagem xenofóbica na época das eleições.
A diretora é casada com o presidente do clube Rodolfo Landim. Ângela era apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após o resultado das eleições, a postagem xenofóbica da diretora repercutiu na redes sociais. O texto comparava nordestinos a carrapatos.
“Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias, bora trabalhar, pq se o gado morrer o carrapato passa fome”, postou Ângela Machado. Na ocasião o ex-presidente Jair Bolsonaro havia perdido na região Nordeste do país.
A decisão entendeu que o texto foi ofensivo e deixa claro a xenofobia por meio do discurso de ódio. “A leitura da mensagem não comporta, a princípio, qualquer outra interpretação senão a de discurso de ódio que propõe a hierarquia entre brasileiros conforme sua procedência no território nacional”.
Na época, após a repercussão negativa, Ângela declarou, por meio de seus advogados, que não teve intenção de ofender, que é natural do estado de Sergipe e que viveu por quase 30 anos no Nordeste.
O Ministério Publico entendeu que o pedido de desculpas não a exime da responsabilidade do texto que foi escrito.
“Depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias”, conclui a autoria da denuncia.
Em outra postagem em seu perfil, Ângela apareceu ao lado do jogador Rodinei após a conquista da Libertadores em Guayaquil, Equador, fazendo o número 22. Na legenda da foto escreveu. “Vencemos uma. Falta a outra”.
Leia mais aqui: MPF pede R$ 100 mil a diretora do Flamengo por fala contra nordestinos
Além do texto a diretora utilizou figuras de corações preto e vermelho e uma bandeira do Brasil.