A 1ª Subsessão Criminal de Curitiba condenou Alcione Tessari a 3 anos e 28 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto, por injúria racial contra o fotógrafo Franklin de Freitas, durante partida de futebol no Estádio Couto Pereira, no dia 28 de abril de 2024. Além da pena de prisão, o réu foi condenado a pagar 135 dias-multa e R$ 2 mil por danos morais à vítima.
Segundo a decisão judicial, enquanto Franklin trocava de lado no campo para continuar seu trabalho fotográfico, o réu gritou da arquibancada: “Você mesmo, seu preto filho da puta!”. Testemunhas confirmaram o xingamento e relataram que o réu demonstrava nervosismo e tentou fugir do local, pulando as cadeiras do estádio.
A sentença destaca que a fala teve nítido caráter racista e teve o objetivo de humilhar o fotógrafo com base na cor de sua pele. Para o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, a conduta foi “dolosa”, praticada num contexto de ampla visibilidade, durante evento esportivo, contra um profissional em serviço.

A defesa de Alcione alegou que ele apenas havia pedido uma foto ao profissional, sem a intenção de ofendê-lo. No entanto, a versão foi descartada pelo juiz, que considerou os relatos das testemunhas e o comportamento de fuga logo após a ofensa como incompatíveis com a justificativa apresentada.
A sentença também destacou que o caso ocorreu em meio a campanhas antirracistas promovidas por entidades esportivas, como a ação “Com racismo não tem jogo”, o que reforça a gravidade da atitude do réu, então sócio do clube. A exclusão de Tessari do quadro de associados do Coritiba foi mencionada no processo como consequência direta do episódio.
Por fim, o juiz rejeitou a substituição da pena por medidas alternativas, bem como a suspensão condicional, considerando a gravidade dos fatos e a necessidade de reprovação exemplar. O réu poderá recorrer da decisão em liberdade, já que respondeu ao processo solto.
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