Jovens de São Paulo lançam livros com vivências periféricas

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Dois livros escritos a partir de perspectivas raramente compartilhadas ajudam a compor uma imagem mais fidedigna e real das favelas paulistanas. “FAVELA –  a flor em resistência /o lugar ausente” e “Vozes Periféricas” serão lançados dia 27 de agosto.

O dia a dia das favelas de São Paulo é retratado nos dois livros – Foto: Pexels

Em “FAVELA –  a flor em resistência /o lugar ausente”, a arqueóloga Adriele Oliveira opõe a visão sociológica dos “aglomerados subnormais” violentos e precários à sua própria experiência de crescer em uma favela. Já no “Vozes Periféricas”, jovens de diferentes comunidades de São Paulo reúnem as trocas poéticas e visuais que mantiveram em uma rede social no primeiro ano de pandemia de Covid-19.

O objetivo da dissertação é dar contornos mais humanos ao conceito de favela aceito e praticado pelas ciências sociais, pela mídia e pela opinião pública. De acordo com Adriele, os sentimentos que emergem dos relatos pessoais reforçam a realidade das opressões e privações que se multiplicam na ausência do Estado. “Se você pensa que conhece São Paulo e nunca esteve ao menos em uma das dezenas, diversas e diferentes favelas que a compõem, você conhece uma São Paulo fictícia”, avisa Adriele Oliveira.

De válvula de escape para as angústias do isolamento social, o perfil Vozes Periféricas evoluiu rapidamente para uma plataforma de conexão. Da iniciativa, surge um coletivo com artistas de comunidades da Ceagesp, Heliópolis, Jaguaré e Carapicuíba. Síntese desse processo, o livro Vozes Periféricas amplifica o desejo de fazer sua potência artística e crítica soar além dos limites das periferias. 

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Capa dos dois livros – Foto: Divulgação

“A ideia era fazer uma conexão entre jovens e quebradas para uma troca de experiências. O Vozes é formado por uma diversidade grande de pessoas, com objetivos diferentes na vida. Foi muito rico conhecer histórias de outros jovens que, apesar dos preconceitos que passamos por sermos negros, LGBTQIA+ e viver em comunidades, continuam vivos e buscando espaços de fala fora do nosso núcleo. Crescemos muito juntos, cada um contribuindo com seus estudos, artes, debates, opiniões e diferenças”, diz Jovana Basílio, integrante do coletivo.

Igor Rocha

Igor Rocha

Igor Rocha é jornalista, nascido e criado no Cantinho do Céu, com ampla experiência em assessoria de comunicação, produtor de conteúdo e social media.

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