De acordo com um estudo conduzido por dois pesquisadores da Universidade de Toronto, jogadores com tons de pele mais escuros recebem uma porcentagem maior de cartões amarelos e vermelhos do que jogadores com pele mais clara, tanto na Serie A, primeira divisão do campeonato italiano, como na Premier League, primeira divisão inglesa.
Os pesquisadores, Morgan Wack da Universidade de Washington e Beatrice Magistro analisaram mais de 8 mil jogos da Serie A e passaram por mais de 6 mil jogadores por ano, considerando 20 tons de pele diferentes. Os dados foram coletados entre as temporadas 2009-10 a 2021-22.
A pesquisa, intitulada “Viés Racial em Torcedores e Profissionais: Evidências do Futebol Italiano”, foi realizada em 2022 e divulgada na Universidade de Toronto, no Canadá. Além das advertências com cartão, a pesquisa também aponta que jogadores com tons de pele mais escuros sofrem mais faltas do que jogadores com pele mais clara, sendo que os juízes tendem a apitar a falta com mais frequência em divididas de jogadores negros do que brancos, cerca de 20% a mais. A pesquisa não fez juízo de valor entre “faltas claras” e “faltas polêmicas”.
Os pesquisadores ainda destacaram que a nacionalidade dos jogadores não influencia tanto na decisão dos árbitros como o tom de pele na Itália. Eles também observaram que a diferença entre os cartões aplicados a jogadores brancos e negros foi menor durante as temporadas sem torcedores nos estádios devido à pandemia de Covid-19, sugerindo que a pressão da torcida italiana pode influenciar em uma decisão mais enviesada racialmente por parte do árbitro de campo.
Em uma pesquisa realizada em 2019 pela SWG Italy, instituto de pesquisa italiano, mais de 50% dos italianos concordaram e consideraram “justificáveis” manifestações racistas e a favor de um “sangue puro italiano”.
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