Itaú Cultural Play apresenta filmes brasileiros inspirados pelo movimento afro-futurista 

Frame_Preces_precipitadas_de_um_lugar_sagrado_que_nao_existe_mais_ItauCulturalPlay-1.jpg

Para celebrar um dos espaços cênicos mais importantes de São Paulo, a plataforma disponibiliza sete documentários com importantes nomes da música brasileira e do teatro. A outra estreia combina elementos da ficção científica com história, fantasia e temáticas não-ocidentais com o objetivo de retratar os dilemas negros e o racismo

Itaú Cultural
Frame Blackout

A partir desta sexta-feira, dia 26 de agosto, a Itaú Cultural Play estreia duas mostras e atualiza o catálogo de outras duas já em cartaz. Entre as novidades está uma celebração aos 40 anos do Teatro Sérgio Cardoso, com a série documental #Cultura em Casa, que reúne apresentações de atores e músicos no palco do histórico teatro. Dentre os convidados estão a cantora Ana Cañas, o cantor Simoninha e Bixiga 70, além de uma peça estrelada pela atriz Lara Córdula.  

A outra mostra que inaugura na IC Play é Despertar Afrofuturista, que traz no título uma referência à estética criada por artistas negros nos Estados Unidos, e que se difunde por diferentes campos artísticos desde os anos 1990. Para ela, foram selecionados cinco filmes de jovens cineastas do Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que trazem uma perspectiva brasileira original e inventiva à poética afro-futurista. 

Já Histórias do Cinema Brasileiro, coleção permanente da plataforma, ganha mais um reforço. Passa a contar com Um céu de estrelas, da cineasta paulista Tata Amaral, considerado pela crítica um dos principais filmes do país da década de 1990. 

Fechando as novidades, a mostra Coleção Itaú Cultural apresenta Bye, bye, Desemboque. Lima Duarte e sua veredas, filme de Ariane Porto, além de Paulo Renato Souza: o legado à educação brasileira, documentário do diretor Beto Souza. 

LEIA TAMBÉM: Semana de Cinema Negro de BH terá apresentação de 40 filmes

Palco em cena 

Sete documentários integram a série documental #Cultura em Casa, que homenageia o Teatro Sérgio Cardoso. Conduzidos ao logo do ano de 2020 pelos diretores José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr, seis são voltados a atrações musicais e um às artes cênicas, trazendo performances e também bate-papos com artistas.   

O recorte musical traz episódios com a participação do cantor Simoninha, da cantora Ana Cañas, do grupo Bixiga 70,  do compositor e cantor Sérgio Brito, da multi-instrumentista circense Livia Mattos e do pianista Vitor Araújo. 

Já no recorte voltado às artes cênicas, uma das produções é o espetáculo Dolores, com a atriz Lara Córdula no papel-título: uma artista cinquentona que viu sua carreira trilhar diversos caminhos, sendo a maioria deles longe do que idealizava.  

As sinopses completas das nove produções estão disponíveis no arquivo atachado. 

Afrofuturismo sob olhar brasileiro 

O curta Beatitude (2015), dirigido por Délio Freire, é um dos filmes da mostra Despertar Afrofuturista. Ele traz elementos da cultura africana do passado, do presente e do futuro, recheado de música, dança e realismo fantástico. Inspirado no mito de Anastácia, essa produção do Espírito Santo mostra a história de uma mulher negra escravizada, que era curandeira e foi tida por muitos como milagrosa. 

Já Blackout (2020), filme do Rio de Janeiro dirigido e protagonizado por mulheres negras, como a diretora Rossandra Leone, se passa no ano de 2048, quando a realidade do povo negro e periférico no Brasil segue desigual como nos tempos atuais. A narrativa da história segue pela ancestralidade e no empoderamento feminino, para pensar soluções para um futuro que ainda apresenta ecos do passado e do presente. 

A produção cearense de ficção científica Cartuchos de Supernintendo em Anéis de Saturno (2018) faz uma instigante reflexão sobre o racismo e nascimento do cinema, a partir de uma história em que o real é surpreendido pela fantasia. Com direção de Leon Reis, o filme foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda.  

Outro curta cearense, Preces precipitadas de um lugar sagrado que não existe mais (2019), dos diretores Mike Dutra e Rafael Luan, acompanha a jornada de três personagens que ingressaram em um misterioso espaço entre o passado e o futuro. Nesse caminho, eles decidem voltar às raízes da luta antirracista e mudar a história. 

Dirigido em Minas Gerais por Gabriel Martins, Rapsódia para o homem negro (2015) mostra a saga de um homem negro marcado pela morte violenta de seu irmão, assassinado durante um conflito em uma ocupação em Belo Horizonte. Entre sonhos, relatos, visões, flashbacks e alegorias das religiões afro-brasileiras, o filme transita entre o que é imaginário e o que é real na vida da personagem. 

Catálogo ampliado 

Histórias do cinema brasileiro, mostra permanente da Itaú Cultural Play, aumenta sua coleção dedicada aos diferentes caminhos que a sétima arte percorreu no país em toda sua história. A nova produção disponível nesta prateleira virtual da plataforma é Um céu estrelas, filme de Tata Amaral, premiado no Festival de Brasília e exibido nos festivais de Toronto, Berlim e Havana 

Eleito pela crítica com um dos principais filmes brasileiros da década de 1990, ele narra a história de uma jovem cabeleireira moradora da Mooca, bairro fabril da capital paulista. Prestes a embarcar para Miami, ela é surpreendida pela visita do ameaçador ex-namorado. Aos poucos, o jogo amoroso entre os dois se deteriora, abrindo espaço para uma arrebatadora espiral de violência. 

Já a Coleção Itaú Cultural, também permanente na plataforma, recebe mais dois documentários biográficos recém-lançados. O primeiro deles é dedicado a Lima Duarte, um dos principais nomes das artes cênicas do país.  

Ele estrela Bye, bye, Desemboque. Lima Duarte e sua veredas (2021), filme com direção de Ariane Porto, que mergulha nas lembranças de infância e referências a personagens icônicos do consagrado ator, como Sassá Mutema e Sinhozinho Malta. Para tanto, viaja ao pequeno distrito de Desemboque, no município de Sacramento, em Minas Gerais, chegando ao universo, às histórias e às paisagens do artista. 

Já o documentário Paulo Renato Souza: o legado à educação brasileira (2021) aborda a trajetória de um homem público inspirador, que se comprometeu com a melhoria e a democratização do ensino no Brasil. Reunindo um farto material iconográfico, ele revisita de maneira didática e objetiva a jornada de Paulo Renato Souza, como o período em que o ex-Ministro da Educação viveu no Chile, quando ele abrigou perseguidos políticos da ditadura de Pinochet. 

O acesso à plataforma de streaming Itaú Cultural Play é gratuito e pode ser feito por dispositivos móveis IOS e Android, e pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br

SERVIÇO:  

Itaú Cultural Play
26 de agosto 2022 (sexta-feira)  

Em www.itauculturalplay.com.br  

MOSTRA CULTURA EM CASA – SÉRIE 40 ANOS TEATRO SÉRGIO CARDOSO 

Bixiga 70 – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 120 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Sérgio Britto – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 24 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Lívia Mattos – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 41 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Ana Cañas – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 18 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Vitor Araújo – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 27 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Simoninha – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 31 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Lara Córdula – Teatro Sérgio Cardoso 40 anos (2020) 

De José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr. 

Duração: 57 minutos 

Classificação indicativa: 16 anos (Nudez, linguagem imprópria e conteúdo sexual) 

MOSTRA DESPERTAR AFROFUTURISTA 

Beatitude (2015) 

De Délio Freire 

Duração: 15 minutos 

Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, violência e conteúdo sexual) 

Blackout (2020) 

De Rossandra Leone 

Duração: 19 minutos 

Classificação indicativa: 14 anos (conteúdo sexual, drogas e violência) 

Cartuchos de Supernintendo em Anéis de Saturno (2018) 

De Leon Reis 

Duração: 17 minutos 

Classificação indicativa: 14 anos (violência, medo e linguagem imprópria) 

Preces precipitadas de um lugar sagrado que não existe mais (2019) 

De Mike Dutra, Rafael Luan  

Duração: 24 minutos 

Classificação indicativa: 12 anos (drogas lícitas, linguagem imprópria e violência) 

Rapsódia para o homem negro (2015) 

De Gabriel Martins 

Duração: 24 minutos 

Classificação indicativa: 14 anos (drogas lícitas, violência e linguagem imprópria) 

HISTÓRIAS DO CINEMA BRASILEIRO 

Um céu de estrelas (1996) 

De Tata Amaral 

Duração: 71 minutos 

Classificação indicativa: 16 anos (relação sexual, assassinato, abuso sexual) 

COLEÇÃO ITAÚ CULTURAL 

Paulo Renato Souza: o legado à educação brasileira (2021) 

De Beto Souza 

Duração: 52 minutos 

Classificação indicativa: 10 anos (drogas lícitas e violência) 

Bye, bye, Desemboque. Lima Duarte e sua veredas (2021) 

De Ariane Porto 

Duração: 65 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

0 Replies to “Itaú Cultural Play apresenta filmes brasileiros inspirados pelo movimento afro-futurista ”

Deixe uma resposta

scroll to top