Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, influenciadoras investigadas por injuria racial devido a vídeo entregando banana e macaco de pelúcia a duas crianças negras, são investigadas em outros cinco inquéritos, quatro deles por injúria racial.
Os depoimentos das duas estavam marcados para a última terça-feira (6), mas a advogada das influenciadoras pediu para remarcar. O depoimento ocorreu na Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi) nesta segunda-feira (12).
Rita Salim, titular da Decradi, desmembrou a ação após apurar que as gravações das crianças foram feitas em dias diferentes. No vídeo que circulou nas redes sociais na últimas semanas, as influenciadoras entregam para crianças negras uma banana e um macaco de pelúcia.
Elas passaram a ser investigadas após a advogada Fayda Belo repercutir o caso e denunciar racismo recreativo da dupla de influenciadoras com as crianças.
Relembre os casos
Em um dos vídeos, Kérollen aborda um menino negro na rua e pergunta se ele prefere ganhar um presente ou R$10,00. O menino escolhe o presente, ao abrir e perceber que era uma banana, ele responde “só isso?!”, e diz não ter gostado.
Em outro vídeo, a mulher para uma menina e faz uma proposta, oferecendo a opção de a criança escolher entre R$ 5, ou uma caixa. A menina prefere o “presente”, abre, vê que é um macaco de pelúcia, abraça o brinquedo e agradece a influenciadora.
Um motorista de aplicativo que foi gravado pela dupla será ouvido na Decradi também nesta segunda-feira. No vídeo as influenciadoras reclamam do cheiro do carro e do cabelo do motorista. “Aqui dentro está um mal cheiro, cheiro e podre”, disse uma. “Cheiro de bicho morto”, disse a outra.
Colocando a mão na cabeça do motorista a primeira insiste, “Acho que é por causa desse cabelo”. No final, após criticar o corte de cabelo do motorista, as duas dizem que é uma brincadeira e dão R$200,00 ao motorista.
O quarto caso, ocorreu com uma vendedora de rua, as influenciadoras dão uma carteira como “presente” e quando a mulher abre, a carteira possui bananas amassadas. O caso ocorreu em maio de 2023.
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A especialista Fayda Belo classificou o caso como racismo recreativo, que é quando a desumanização e o preconceito a pessoas negras ocorre por meio de entretenimento.
