Influencer trans do Novo anuncia pré-candidatura e é alvo de ataques nas redes

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Foto: Reprodução Instagram

A influenciadora digital Sophia Barclay, de 25 anos, anunciou na última semana sua pré-candidatura a deputada federal por São Paulo nas eleições de 2026. Filiada ao Partido Novo, ela se apresenta publicamente como uma mulher trans alinhada à direita e afirma que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados para defender pautas conservadoras. O anúncio, feito nas redes sociais para mais de 500 mil seguidores, desencadeou uma onda de ataques transfóbicos, principalmente de perfis associados ao bolsonarismo.

Após a repercussão negativa, o perfil de Sophia Barclay foi desativado. Entre as mensagens direcionadas à influenciadora, usuários questionaram sua identidade de gênero e rejeitaram sua participação no campo político conservador. Comentários com ofensas pessoais e negação de sua identidade circularam amplamente antes da retirada da conta do ar.

Foto: Reprodução Instagram

Recém-filiada ao Partido Novo, Sophia integra o núcleo jovem da legenda e afirma que sua entrada na política busca demonstrar que pessoas trans não estão, necessariamente, vinculadas a partidos ou pautas progressistas. Em declarações públicas, ela afirma que pretende ampliar o debate sobre diversidade ideológica dentro da própria comunidade LGBTQIA+.

A pré-candidata também ganhou notoriedade anteriormente por polêmicas envolvendo figuras públicas e por sua defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de críticas frequentes a pautas históricas do movimento LGBTQIA+. O anúncio da pré-candidatura reacendeu debates sobre representatividade política, identidade de gênero e os limites de aceitação dentro de campos ideológicos tradicionalmente conservadores.

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Entre as propostas apresentadas por Sophia Barclay estão a defesa da proibição de processos de transição de gênero em menores de idade, oposição a ações educativas sobre diversidade sexual voltadas a crianças e adolescentes, endurecimento de políticas de segurança pública e redução de impostos como IPTU e IPVA. Ela também afirma apoiar políticas voltadas a mães atípicas e famílias monoparentais, além de defender o corte de programas federais de transferência de renda, como o Pé-de-Meia.

O caso evidencia as tensões existentes na política brasileira quando questões de identidade de gênero, raça e orientação sexual atravessam espectros ideológicos distintos. A reação ao anúncio da pré-candidatura também expõe como pessoas trans, mesmo quando alinhadas a pautas conservadoras, seguem sendo alvo de ataques e exclusão no debate público, especialmente nas redes sociais.

A pré-candidatura ainda não foi oficialmente registrada na Justiça Eleitoral. O Partido Novo não se manifestou publicamente sobre os ataques sofridos pela filiada até o momento.

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