Indígena presa em cela masculina acusa PMs de estupro em série

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Uma mulher indígena da etnia Kokama, presa no município de Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas, denunciou ter sido vítima de estupro em série por parte de cinco policiais militares e um guarda municipal, enquanto esteve detida por nove meses em uma cela masculina da delegacia da cidade. O caso foi revelado por uma reportagem da agência de notícias Samaúma, assinada pelo jornalista Rubens Valente.

De acordo com a apuração da Samaúma, a indígena foi presa preventivamente sob acusação de homicídio, mesmo estando em regime de prisão domiciliar. Segundo o relato, os abusos ocorreram de forma contínua, inclusive durante o período em que ela amamentava o filho recém-nascido, que permaneceu com ela na cela até os quatro meses de idade.

Conforme a denúncia, os agressores utilizavam armas para intimidá-la e ameaçavam com represálias caso ela relatasse os crimes. A vítima relatou ainda que foi mantida em condições insalubres, dividindo espaço com homens custodiados, o que fere normas legais e princípios básicos dos direitos humanos, sobretudo em relação a mulheres em privação de liberdade.

Indígena presa em cela masculina acusa PMs de estupro em série – Foto: Agência Brasil.

O caso levanta graves preocupações sobre o descumprimento da legislação brasileira, que estabelece que mulheres devem ser detidas em unidades separadas dos homens, com especial proteção durante a gestação e o pós-parto. A denúncia também evidencia a vulnerabilidade de mulheres indígenas dentro do sistema prisional, frequentemente invisibilizadas.

Até o momento, não houve pronunciamento oficial por parte da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas ou do comando da Polícia Militar sobre o afastamento dos agentes envolvidos ou a eventual abertura de investigação formal. O Ministério Público do Amazonas foi acionado, mas não confirmou se o caso será apurado criminalmente.

Organizações de direitos humanos cobram providências urgentes, exigindo investigação, transparência e responsabilização. A mulher indígena está atualmente sob proteção, acompanhada por defensores públicos e entidades da sociedade civil.

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Marcela Soares

Marcela Soares

Marcela Soares acadêmica de Publicidade e Propaganda Paraense, atuante em fotografia e produção de conteúdo comunicando o Norte com sotaque e essência apaixonada por cinema, moda, fotografia e boas leituras traduzo sentimentos em imagens e expresso estilo com autenticidade.

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