Clientes que cometerem atos de racismo ou qualquer outro tipo de agressão contra os entregadores do Ifood terão suas contas suspensa ou canceladas. A empresa tomou esta decisão após a ex-atleta Sandra Mathis Correia de Sá agredir física e verbalmente os entregadores Max Ângelo dos Santos e Viviane Maria de Souza, no Rio de Janeiro.
“A empresa não tolera nenhuma forma de preconceito: atos de racismo contra entregadores, restaurantes e colaboradores são punidos com a suspensão ou o cancelamento da conta do/a cliente”, escreveu o iFood em nota.
A empresa adicionou um link em seu aplicativo em que destaca que não racismo e agressão não serão tolerados.
Além de casos de racismo, clientes que cometerem homofobia, intolerância religiosa ou política, machismo ou capacitismo também serão excluídos do aplicativo.
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Ministério da Igualdade Racial questiona autoridades do Rio de Janeiro sobre agressão racista contra entregador
Ministério da Igualdade Racial enviou ofícios para cinco órgãos do Rio de Janeiro pedindo maiores informações sobre o caso de racismo de grande repercussão nacional envolvendo Sandra Mathias, moradora de São Conrado e o entregador de aplicativos Max Ângelo. Os documentos foram protocolados na última terça-feira (11).
Por meio da Diretoria de Combate e Superação do Racismo, foram enviados questionamentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro, Coordenadoria Executiva Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Subsecretaria de Promoção, Defesa e Garantia dos Direitos Humanos, do governo do estado, Presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Para a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é fundamental que os diversos órgãos envolvidos na apuração do caso atuem de forma conjunta. “O Ministério da Igualdade Racial está à disposição de todos os órgãos envolvidos e queremos contribuir e entender como cada um, dentro de suas atribuições e competências pode ajudar na apuração do caso de maneira célere e séria”.
Durante sessão da Comissão de Direitos Humanos no Senado, na última quarta-feira (12), a ministra relembrou a agressão sofrida por Max. “Se trata de uma senhora, uma ex-jogadora de vôlei, muito bem estudada, com condição financeira agrediu um entregador e não era a primeira vez que ela foi notificada por isso. Foi um ato gravíssimo e esse PL traz um reforço para que as pessoas entendam que qualquer tipo de racismo é crime”, disse a ministra, reforçando a importância da equiparação da injúria racial ao crime de racismo.
Após o recebimento das informações solicitadas, o MIR vai acompanhar o caso de perto para garantir que tenha o andamento devido e que as responsabilidades sejam apuradas e a lei devidamente aplicada.
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