Uma idosa de 64 anos que trabalhava como empregada doméstica para uma família em Itabuna, cidade localizada no sul da Bahia, foi resgatada em situação de trabalho análogo à escravidão. De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a mulher, que teve a identidade preservada, estava à disposição da família o tempo todo e não recebia nenhum tipo de remuneração.
Ainda segundo o MTE, a idosa morava na casa há mais de 50 anos e teria sido “transferida” de uma geração para outra. Durante as buscas, foram constatados diversos maus tratos, além de ser proibida de sair de casa. A trabalhadora foi encontrada sem nenhum dente e com necessidades básicas de saúde negligenciadas. As punições frente as pessoas responsáveis por manter a mulher nessas condições não foram divulgadas.

Casos de trabalhadores em situações semelhantes surgem com alguma frequência no Brasil. Só em 2025, o Notícia Preta veiculou pelo menos cinco casos de operações que resgataram pessoas dessas condições. No período do carnaval, duas denúncias vieram à tona e, em uma delas, o MTE resgatou mais de 300 pessoas de condições degradantes de trabalho e notificou a empresa Ambev, junto à Prefeitura de Salvador. Na época, vendedores ambulantes chegaram a relatar que dormiam na rua junto com as bebidas.
Outro caso que chamou atenção, foi o da jovem boliviana de 19 anos, resgatada em um apartamento no Morumbi, bairro nobre de São Paulo. A mulher prestou serviços de babá por seis meses, no entanto, sem receber salário e alimentação. A mulher foi resgatada após denúncias do grupo Conexão Babá. Durante o depoimento, a jovem relatou que era proibida de comer a comida da casa e que sofria agressões físicas e verbais.
As denúncias envolvendo trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima no site do Sistema Ipê, através de um formulário. Outra forma de combater esse tipo de trabalho é o canal de denúncias disque 100, onde a identidade do denunciante também é preservada durante a ligação.
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