50 anos sem receber: idosa é resgatada de trabalho análogo a escravidão (BA)

image-92-e1756211633502.png

Uma idosa de 64 anos que trabalhava como empregada doméstica para uma família em Itabuna, cidade localizada no sul da Bahia, foi resgatada em situação de trabalho análogo à escravidão. De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a mulher, que teve a identidade preservada, estava à disposição da família o tempo todo e não recebia nenhum tipo de remuneração.

Ainda segundo o MTE, a idosa morava na casa há mais de 50 anos e teria sido “transferida” de uma geração para outra. Durante as buscas, foram constatados diversos maus tratos, além de ser proibida de sair de casa. A trabalhadora foi encontrada sem nenhum dente e com necessidades básicas de saúde negligenciadas. As punições frente as pessoas responsáveis por manter a mulher nessas condições não foram divulgadas.

Idosa é resgatada de trabalhoo análogo a escravidão – Foto: Pexels

Casos de trabalhadores em situações semelhantes surgem com alguma frequência no Brasil. Só em 2025, o Notícia Preta veiculou pelo menos cinco casos de operações que resgataram pessoas dessas condições. No período do carnaval, duas denúncias vieram à tona e, em uma delas, o MTE resgatou mais de 300 pessoas de condições degradantes de trabalho e notificou a empresa Ambev, junto à Prefeitura de Salvador. Na época, vendedores ambulantes chegaram a relatar que dormiam na rua junto com as bebidas.

Outro caso que chamou atenção, foi o da jovem boliviana de 19 anos, resgatada em um apartamento no Morumbi, bairro nobre de São Paulo. A mulher prestou serviços de babá por seis meses, no entanto, sem receber salário e alimentação. A mulher foi resgatada após denúncias do grupo Conexão Babá. Durante o depoimento, a jovem relatou que era proibida de comer a comida da casa e que sofria agressões físicas e verbais.

As denúncias envolvendo trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima no site do Sistema Ipê, através de um formulário. Outra forma de combater esse tipo de trabalho é o canal de denúncias disque 100, onde a identidade do denunciante também é preservada durante a ligação.

Leia também: Trabalho análogo à escravidão no Brasil: mais de 65 mil pessoas foram resgatadas nos últimos 30 anos

Erick Braga

Erick Braga

Formado em jornalismo no ano de 2023 pela Universidade São Judas Tadeu,criado no interior da Bahia e residindo desde 2012 em São Paulo, acredita no jornalismo profissional como ferramenta de transformação social e combate a desinformação.

Deixe uma resposta

scroll to top