IBGE: presidiários representam mais de 50% dos moradores em domicílios coletivos no Brasil

Penitenciarios-Noticia-Preta.png

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 479 mil pessoas residiam em penitenciárias. O número representa 57,2% do total de moradores de domicílios coletivos, sendo também 0,2% do total da população brasileira. As informações são referentes ao ano de 2022 e foram divulgadas nesta sexta-feira (06).

Similarmente, do número de pessoas que moravam em penitenciárias, centros de detenção e similares, 96,0% eram homens e 3 a cada 4 tinham de 20 a 39 anos. Os dados foram apresentados pelo “Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: Resultados do universo”.

Em 2022, 837 mil pessoas eram moradoras de domicílios coletivos no Brasil – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do mesmo modo, essa foi a primeira vez que o Instituto divulgou dados dessa natureza no âmbito do Censo, em que foram traçados perfis de idade, sexo e alfabetização dos moradores desses tipos de domicílios.

Asilos são o segundo maior tipo de domicílios coletivos no Brasil

Segundo o analista do IBGE Bruno Perez, para a pesquisa, residências coletivas foram definidos como uma instituição ou estabelecimento em que a relação entre as pessoas que nele se encontravam era regida por normas de subordinação administrativa.

Dessa forma, os abrigos ou outra instituição de longa permanência para idosos, constituíam o segundo maior tipo de moradia coletiva. Segundo os dados, 161 mil pessoas viviam nesses locais, representando 19,2% dos moradores e 0,1% da população brasileira. Nos asilos, as mulheres eram maioria, com 59,8%.

A segunda maior taxa de analfabetismo também foi registrada nos asilos, com 31,0%. Seguida pelos 31,8% dos abrigos, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis. Nas penitenciárias, essa taxa foi de 6,6%, a menor de todos os tipos de domicílios coletivos.

Do mesmo modo, o Sul e o Sudeste eram as regiões que concentravam o maior percentual de residentes dos asilos, com 82,3%. Já a Região Norte tinha apenas 1,3% dos moradores desses tipos de residência. No que se refere às penitenciárias, o sudeste também possuía uma proporção maior, de 52,0%. O Nordeste tinha 16,5% dos moradores de penitenciárias.

Leia também: Congresso retira veto de Lula e “saidinha” de presos volta a ser proibida

Fernanda Amordivino

Fernanda Amordivino

Estudante de jornalismo na UFRB e integrante do Coletivo Angela Davis - Grupo de Pesquisa Ativista sobre Gênero, Raça e Subalternidades. Possui experiência em radiojornalismo e assessoria de comunicação.

Deixe uma resposta

scroll to top